Resumo Jurídico
O Que São Títulos Executivos Extrajudiciais: Uma Visão Geral do Artigo 784 do CPC
O Código de Processo Civil (CPC) estabelece quais documentos têm força legal suficiente para serem utilizados como base em um processo de execução. Em outras palavras, ele define o que são os chamados títulos executivos extrajudiciais. Esses títulos, por sua natureza, já possuem uma força probatória tão grande que não precisam ser reconhecidos previamente por um juiz em um processo de conhecimento.
O Artigo 784 lista de forma detalhada quais são esses documentos. Compreender essa lista é fundamental para saber quais obrigações podem ser cobradas judicialmente de forma mais célere e direta, sem a necessidade de provar a existência da dívida ou do direito em um primeiro momento.
Basicamente, os títulos executivos extrajudiciais são aqueles documentos que, por si só, comprovam uma obrigação líquida, certa e exigível. São eles:
- Notas promissórias, títulos de crédito e duplicatas: Documentos que representam uma promessa de pagamento, uma ordem de pagamento ou uma compra e venda mercantil.
- Contrato particular assinado por duas testemunhas: Acordos firmados entre partes, com a chancela de duas pessoas que atestam a autenticidade das assinaturas e do conteúdo.
- Escritura pública: Documentos lavrados por tabelião, que conferem maior segurança jurídica e autenticidade aos atos.
- Documento de dívida assinados pelo devedor e por duas testemunhas: Similar ao contrato particular, mas especificamente para formalizar um débito.
- Contrato de aluguel: Acordos que estabelecem os termos de locação de um imóvel.
- Cheque: Ordem de pagamento à vista, que comprova a existência de um débito.
- Outros títulos aos quais a lei atribui força executiva: O CPC prevê que outras leis podem, por sua vez, conferir essa força executiva a determinados documentos.
Por que isso é importante?
A importância de se ter uma lista clara de títulos executivos extrajudiciais reside na eficiência da justiça. Ao permitir que o credor inicie um processo de execução com base nesses documentos, o CPC agiliza a cobrança de dívidas e o cumprimento de obrigações. Isso significa que, em vez de ter que ingressar com uma ação para provar que a dívida existe e depois, em outro processo, tentar cobrá-la, o credor pode ir diretamente para a fase de execução, buscando bens do devedor para satisfazer seu direito.
Em suma, o Artigo 784 do CPC funciona como um "atalho" legal, permitindo que certos acordos e documentos ganhem validade imediata para fins de cobrança judicial, desde que cumpridos os requisitos legais para sua formação.