CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 763
Cessando as funções do tutor ou do curador pelo decurso do prazo em que era obrigado a servir, ser-lhe-á lícito requerer a exoneração do encargo.
§ 1º Caso o tutor ou o curador não requeira a exoneração do encargo dentro dos 10 (dez) dias seguintes à expiração do termo, entender-se-á reconduzido, salvo se o juiz o dispensar.

§ 2º Cessada a tutela ou a curatela, é indispensável a prestação de contas pelo tutor ou pelo curador, na forma da lei civil.


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Resumo Jurídico

Desvendando o Artigo 763 do Código de Processo Civil: Uma Análise Clara e Educativa

O artigo 763 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece uma norma fundamental para a efetividade da justiça, tratando sobre a preclusão pro judicato e sua aplicação em determinados procedimentos. Em termos simples, ele define que, em algumas situações, a decisão proferida pelo juiz não poderá ser mais alterada, mesmo que haja algum vício ou erro que posteriormente seja identificado.

O Que Significa "Preclusão Pro Judicato"?

A palavra "preclusão" no direito processual indica a perda de uma faculdade ou de um direito por não ter sido exercido no momento oportuno. Quando falamos em "preclusão pro judicato", estamos nos referindo à preclusão que recai sobre a própria decisão judicial. Ou seja, o juiz, após proferir uma decisão, perde o poder de modificá-la em regra geral.

O Cenário do Artigo 763:

Este artigo se aplica especificamente em casos de sentença. A sentença é o ato pelo qual o juiz põe fim à fase de conhecimento do processo, decidindo sobre o mérito da causa ou declarando a extinção do processo sem julgamento do mérito.

O artigo 763 determina que, uma vez proferida a sentença, o juiz não poderá mais alterá-la. Isso significa que, em regra, não cabe ao juiz, após a publicação da sentença, voltar atrás e modificar seu conteúdo, seja para corrigir um erro material aparente, seja para reexaminar o mérito da decisão.

Por Que Essa Regra Existe?

A principal razão para a existência dessa regra é a segurança jurídica. A sociedade e as partes envolvidas no processo precisam ter a certeza de que as decisões judiciais são definitivas e estáveis. Se o juiz pudesse alterar suas sentenças a qualquer momento, a incerteza e a instabilidade imperariam, gerando insegurança para todos. A previsibilidade das decisões judiciais é um pilar do Estado Democrático de Direito.

Exceções e Considerações Importantes:

É crucial notar que o artigo 763, como a maioria das normas jurídicas, possui suas exceções e nuances. As principais situações em que a sentença pode ser modificada pelo juiz, mesmo após sua prolação, são:

  • Embargos de Declaração: Este é o principal meio de impugnação previsto em lei para buscar a correção de vícios na sentença, como obscuridade, contradição, omissão ou erro material. Quando as partes apresentam embargos de declaração, o juiz tem o dever de analisá-los e, se for o caso, sanar os vícios apontados, o que pode levar à modificação da sentença.
  • Erro Material: Em casos de erros evidentes e de fácil constatação na redação da sentença (por exemplo, um erro de digitação que altera o sentido de uma palavra), o juiz pode, mesmo de ofício (sem provocação das partes), corrigir esse erro material. Contudo, essa correção não se estende a um reexame do mérito da decisão.
  • Ação Rescisória: Em situações excepcionais e previstas em lei, é possível propor uma Ação Rescisória para desconstituir uma sentença que já transitou em julgado (ou seja, que não cabe mais recurso). Essa ação é cabível em casos de vícios gravíssimos, como dolo da parte vencedora, colusão entre as partes, ou violação manifesta de norma jurídica.

Em Resumo:

O artigo 763 do Código de Processo Civil consagra o princípio da imutabilidade da sentença após a sua prolação, visando garantir a segurança jurídica e a estabilidade das decisões judiciais. No entanto, essa regra não é absoluta, admitindo exceções fundamentadas em mecanismos legais que buscam corrigir vícios específicos e assegurar a justiça nos casos concretos, como os embargos de declaração e a ação rescisória. Compreender essa norma é essencial para entender como se dá o encerramento de um processo judicial e a importância da decisão final proferida pelo magistrado.