CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 619
Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz:
I - alienar bens de qualquer espécie;

II - transigir em juízo ou fora dele;

III - pagar dívidas do espólio;

IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do espólio.


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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

O Artigo 619 do Código de Processo Civil: Limites da Modificação da Sentença

O artigo 619 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece um limite importante para a atuação do juiz após a prolação da sentença. De forma clara e educativa, podemos entender este artigo da seguinte maneira:

O que diz o Artigo 619?

Essencialmente, o artigo 619 impede que o juiz altere o mérito da sua própria decisão, uma vez que ela já foi proferida e não cabe mais recurso. Em outras palavras, o juiz não pode voltar atrás para mudar o conteúdo principal daquilo que decidiu, especialmente se a sentença já transitou em julgado (ou seja, não cabe mais nenhum recurso).

Por que essa regra existe?

A existência deste artigo visa garantir a segurança jurídica e a estabilidade das relações sociais. Imagine o caos se um juiz pudesse mudar sua decisão a qualquer momento, sem critérios ou motivos específicos. As partes que confiaram na decisão judicial ficariam em um limbo, sem saber se aquilo que foi decidido é realmente o ponto final.

Além disso, o princípio do duplo grau de jurisdição e o direito à coisa julgada são garantidos por essa limitação. A coisa julgada impede que uma causa já decidida seja reaberta indefinidamente, garantindo que as disputas tenham um fim.

O que NÃO pode ser alterado pela sentença?

O artigo 619 proíbe a modificação do mérito da causa. Isso significa que o juiz não pode:

  • Reanalisar os fatos e as provas: Mudar a conclusão sobre o que de fato aconteceu no caso.
  • Modificar a interpretação do direito: Alterar a forma como o juiz aplicou a lei aos fatos.
  • Alterar a decisão sobre quem tem razão: Mudar o resultado final da disputa, se o autor ganhou ou perdeu.

O que o juiz AINDA pode fazer após a sentença?

Apesar da proibição de alterar o mérito, o artigo 619 não impede que o juiz realize ajustes necessários em sua própria decisão, desde que não afetem o ponto principal. São exemplos de situações em que o juiz pode intervir:

  • Correção de erro material: Se houver um erro de digitação, de cálculo ou um equívoco evidente e patente na redação da sentença, o juiz pode corrigi-lo. Por exemplo, se o nome de uma parte estiver escrito errado.
  • Esclarecimento de ambiguidade ou obscuridade: Se a decisão estiver confusa, com termos que possam gerar mais de uma interpretação, o juiz pode ser provocado para esclarecer o que realmente quis dizer.
  • Eliminação de contradição: Se houver pontos na sentença que se contradizem entre si, o juiz pode ser chamado para resolver essa inconsistência.

Em resumo:

O artigo 619 do CPC é um pilar fundamental para a estabilidade e a previsibilidade do sistema judicial. Ele assegura que, uma vez proferida, a sentença tem um caráter de decisão final sobre o mérito da causa, permitindo apenas correções pontuais de erros materiais, ambiguidades ou contradições que não alterem o conteúdo principal da decisão. Isso confere segurança jurídica às partes e garante o encerramento das disputas.