CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 488
Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485 .

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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Decisão Surpresa: O Princípio da Não Surpresa no CPC

O Código de Processo Civil estabelece no seu artigo 488 uma regra fundamental para garantir a justiça e o equilíbrio nas decisões judiciais: o princípio da não surpresa.

O que isso significa na prática?

Em termos simples, o juiz não pode decidir algo que afete diretamente as partes sem que elas tenham a oportunidade de se manifestar sobre aquilo. Ou seja, o juiz não pode "pegar de surpresa" os envolvidos no processo com uma decisão nova e desfavorável.

Como esse princípio funciona?

Quando o juiz identifica uma questão que não foi previamente discutida pelas partes e que pode influenciar o resultado do julgamento (como, por exemplo, a aplicação de uma nova tese jurídica ou a constatação de um fato que não foi alegado por ninguém), ele é obrigado a:

  1. Comunicar às partes: Informar sobre essa questão que chamou sua atenção.
  2. Dar prazo para manifestação: Conceder um tempo razoável para que os advogados das partes apresentem seus argumentos, provas e defendam seus interesses em relação a essa nova questão.

Qual a importância desse artigo?

  • Garante o contraditório: As partes têm o direito de conhecer e se defender de tudo que pode influenciar a decisão judicial. O artigo 488 assegura esse direito.
  • Promove a igualdade: Todos os lados do processo têm a mesma oportunidade de influenciar a decisão do juiz.
  • Busca a verdade real: Ao permitir a manifestação das partes sobre questões novas, o juiz tem mais elementos para formar sua convicção e chegar à decisão mais justa.
  • Evita decisões arbitrárias: O juiz não pode decidir com base em algo que as partes desconheciam ou não tiveram chance de debater.

Em resumo:

O artigo 488 do Código de Processo Civil é um guardião da justiça, assegurando que nenhuma parte seja prejudicada por uma decisão judicial sem que antes tenha tido a chance de se manifestar sobre os fundamentos que levaram a essa decisão. É uma garantia de que o processo judicial será justo e transparente.