CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 474
As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.

473
ARTIGOS
475
 
 
 
Resumo Jurídico

Artigo 474 do Código de Processo Civil: A Imutabilidade das Decisões Judiciais

O artigo 474 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece um princípio fundamental no ordenamento jurídico brasileiro: a coisa julgada material. Em termos simples, ele dita que, uma vez que uma decisão judicial se torna definitiva, ela não pode mais ser modificada ou rediscutida.

O Que Significa a Coisa Julgada?

Quando um processo judicial chega ao fim e não cabe mais nenhum recurso, a decisão proferida adquire a qualidade de coisa julgada. Isso significa que:

  • Imutabilidade: A decisão se torna imutável, ou seja, não pode ser alterada pelas partes nem pelo próprio juiz que a proferiu.
  • Irretratabilidade: As partes não podem mais reabrir a discussão sobre o mérito da causa, mesmo que surjam novas provas ou argumentos que poderiam ter sido apresentados anteriormente.
  • Definitividade: A decisão passa a ter força definitiva, resolvendo o conflito de interesses de forma permanente.

A Importância da Coisa Julgada

A coisa julgada é essencial para a segurança jurídica e para a paz social. Ela garante que:

  • As relações jurídicas sejam estáveis: As pessoas podem confiar nas decisões judiciais para organizar suas vidas e negócios, sabendo que elas não serão constantemente alteradas.
  • Evitar a eternização dos litígios: Evita que um mesmo assunto seja julgado indefinidamente, permitindo que os conflitos sejam encerrados de forma definitiva.
  • Conferir autoridade às decisões judiciais: Confere respeito e força às decisões proferidas pelo Poder Judiciário.

Limites à Coisa Julgada

Apesar de sua robustez, a coisa julgada não é absoluta. O próprio CPC prevê mecanismos para desconstituir uma decisão que já transitou em julgado, mas apenas em situações excepcionais e por meio de ações específicas, como a ação rescisória. Essa ação só é cabível quando há vícios graves na decisão, como:

  • Sentença proferida por juiz impedido ou com falta de jurisdição.
  • Violência ou dolo da parte vencedora.
  • Colusão entre as partes em prejuízo do erário.
  • Sentença que julgar o mérito com base em prova cuja falsidade tenha sido provada posteriormente.
  • Após a sentença, o autor obtiver, post rem, documento novo, cuja descoberta, ignorada ou de que não pôde fazer uso, lhe dê fundamento necessário para, sozinho, invalidar o acórdão.
  • Erro de fato, quando, depois da sentença, se comprovar que, em caso de prova testemunhal, o depoimento, que serviu de base à decisão, foi comprovadamente falso.

Em suma, o artigo 474 do CPC consagra o princípio da coisa julgada, garantindo que as decisões judiciais definitivas tenham força de lei entre as partes, promovendo a segurança e a estabilidade nas relações jurídicas. Contudo, excepcionalmente, a lei prevê meios para corrigir distorções graves ocorridas no processo, sempre em observância aos princípios da justiça e do devido processo legal.