CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 1053
Os atos processuais praticados por meio eletrônico até a transição definitiva para certificação digital ficam convalidados, ainda que não tenham observado os requisitos mínimos estabelecidos por este Código, desde que tenham atingido sua finalidade e não tenha havido prejuízo à defesa de qualquer das partes.

 
 
 
Resumo Jurídico

Artigo 1053 do Código de Processo Civil: A Escolha do Foro

O artigo 1053 do Código de Processo Civil (CPC) trata da escolha do foro em casos onde as partes de um contrato têm domicílios em diferentes comarcas ou estados. Ele estabelece a regra geral e uma exceção importante para determinar onde uma ação judicial pode ser proposta.

Regra Geral: Domícilio do Réu

A regra geral, disposta no caput do artigo, determina que, em caso de conflito de competência territorial (ou seja, quando há dúvida sobre qual seria o local mais adequado para o julgamento da causa), a ação será proposta no foro de domicílio do réu.

Isso significa que, em princípio, quem está sendo acionado em juízo tem o direito de ser processado em sua própria cidade ou região. Essa escolha visa facilitar a defesa do réu, que terá acesso mais próximo aos seus advogados, testemunhas e às provas necessárias.

Exceção: Pacto de Eleição de Foro

O parágrafo único do artigo 1053 introduz uma importante exceção a essa regra: o pacto de eleição de foro. As partes, ao celebrarem um contrato, podem livremente estipular, através de uma cláusula específica, qual foro será competente para julgar eventuais litígios decorrentes desse contrato.

Essa cláusula, conhecida como "cláusula de eleição de foro" ou "foro de eleição", permite que as partes escolham um local específico para resolver suas disputas, mesmo que esse local não seja o domicílio de nenhuma delas. Essa escolha deve ser feita de forma expressa e clara no contrato.

Pontos importantes sobre a eleição de foro:

  • Validade: A eleição de foro é válida e vincula as partes, a menos que seja considerada abusiva ou que o código preveja de forma diferente para situações específicas (como em relações de consumo, onde a proteção do consumidor pode levar à prevalência do foro de seu domicílio).
  • Expressa e Clara: A cláusula deve ser explícita, indicando claramente a cidade e o estado onde os litígios serão resolvidos.
  • Flexibilidade: Oferece flexibilidade às partes para escolherem um foro que considerem mais conveniente, seja por proximidade geográfica, facilidade de acesso à justiça ou expertise em determinadas áreas do direito.

Em resumo, o artigo 1053 do CPC estabelece que, na falta de uma escolha específica pelas partes, o foro competente será o do domicílio do réu. Contudo, as partes têm a liberdade de, em seus contratos, eleger um foro específico para dirimir eventuais controvérsias, desde que essa eleição seja expressa e clara.