Resumo Jurídico
Artigo 35 do Código Florestal: Proteção de Matas Ciliares
O artigo 35 do Código Florestal Brasileiro trata da proteção de áreas importantes para a preservação dos recursos hídricos: as matas ciliares, também conhecidas como Áreas de Preservação Permanente (APPs) de cursos d'água.
O que o artigo estabelece:
Este artigo define que as faixas de terra ao longo dos rios, córregos, lagos e outros corpos d'água são consideradas Áreas de Preservação Permanente. Isso significa que essas áreas possuem uma função ecológica essencial e são protegidas por lei, com o objetivo principal de:
- Preservar a qualidade da água: As árvores e a vegetação nativa ajudam a filtrar a água, evitando a erosão do solo e o assoreamento dos rios.
- Manter a estabilidade das margens: A cobertura vegetal impede que as margens dos corpos d'água desmoronem, protegendo a fauna e a flora aquática.
- Proteger a biodiversidade: Essas áreas servem como corredor ecológico, permitindo o deslocamento de animais e a manutenção de diferentes espécies de plantas.
- Favorecer o fluxo hídrico: A vegetação contribui para a infiltração da água no solo, recarregando os lençóis freáticos.
Dimensões da APP de cursos d'água:
O artigo, em conjunto com outros dispositivos legais que o regulamentam, estabelece a largura mínima dessas faixas de proteção, que varia de acordo com a largura do curso d'água. Em linhas gerais:
- Cursos d'água com até 10 metros de largura: A APP abrange uma faixa de 30 metros de cada lado, a partir da linha de correnteza normal.
- Cursos d'água com mais de 10 metros até 50 metros de largura: A APP abrange uma faixa de 50 metros de cada lado.
- Cursos d'água com mais de 50 metros até 200 metros de largura: A APP abrange uma faixa de 100 metros de cada lado.
- Cursos d'água com mais de 200 metros de largura: A APP abrange uma faixa de 200 metros de cada lado.
É importante notar que a "linha de correnteza normal" é considerada o nível médio das águas em períodos de menor vazão.
Restrições de uso:
Em geral, a supressão de vegetação nessas áreas é proibida, exceto em casos de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, desde que autorizados pelo órgão ambiental competente. O uso nessas áreas é restrito a atividades que não comprometam a função ecológica da APP, como a pesquisa científica, a educação ambiental e o turismo sustentável, sempre com a devida permissão.
Em suma:
O artigo 35 é um pilar fundamental do Código Florestal, pois garante a proteção dos nossos rios e córregos, essenciais para a vida, o meio ambiente e a produção de água. Ele estabelece uma linha de segurança verde ao redor dos corpos d'água, assegurando sua saúde e sustentabilidade para as presentes e futuras gerações.