CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 992
A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.

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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Responsabilidade dos Fiadores: Limites e Extinção da Garantia

O artigo 992 do Código Civil trata da responsabilidade dos fiadores e estabelece situações específicas em que a garantia oferecida por eles pode ser extinta, mesmo que a obrigação principal ainda não tenha sido cumprida. Compreender esses limites é fundamental para quem assume ou recebe uma fiança.

Quando a Fiança Pode Acabar Antes do Previsto?

A lei prevê três cenários principais onde a fiança se extingue, liberando o fiador de sua responsabilidade:

  1. Se o credor, sem consentimento do fiador, fizer acordo com o devedor principal que altere a dívida: Imagine que você, como fiador, garantiu um empréstimo específico. Se o credor e o devedor principal decidirem, por conta própria, alterar os termos originais desse empréstimo (como aumentar o valor, estender o prazo de forma significativa ou mudar a forma de pagamento), e isso for feito sem o seu conhecimento e aprovação, você pode ser liberado da fiança. A lógica é que você concordou em garantir uma dívida com características definidas, e mudanças unilaterais por parte do credor e devedor alteram o risco que você assumiu.

  2. Se, depois de vencida a dívida, o credor se silenciar por mais de 30 dias quanto ao direito de reclamar do devedor principal: A fiança é um benefício ao credor, que tem uma garantia adicional. Contudo, a lei também exige que o credor seja diligente. Se a dívida principal vencer e o credor, por um período superior a 30 dias, não tomar nenhuma atitude para cobrar o devedor original, o fiador pode ter seu vínculo extinguido. Esse silêncio prolongado pode ser interpretado como uma falta de diligência do credor em buscar o principal, e não em apenas se resguardar através da fiança.

  3. Se o credor, sem consentimento do fiador, deixar de tomar as medidas necessárias para salvar o direito de reclamar do devedor principal, quando essas medidas se tornarem possíveis: Este ponto é crucial e demonstra a responsabilidade recíproca. Se houver uma situação em que o credor pudesse tomar alguma medida específica para garantir o recebimento da dívida (como executar um bem dado em garantia pelo devedor principal), mas ele se omitir ou deixar de agir, sem o consentimento do fiador, este poderá ser liberado. A ideia é que, se o credor tem a oportunidade de proteger seu próprio crédito de uma forma que beneficiaria indiretamente o fiador, e não o faz, o fiador não deve arcar com as consequências dessa inércia.

Em Resumo

O artigo 992 do Código Civil busca equilibrar a relação entre credor, devedor e fiador. Ele estabelece que a fiança, embora seja uma garantia importante, não é um compromisso eterno e incondicional. O fiador tem o direito de não ser responsabilizado por alterações na dívida ou por inércia do credor que agravem sua situação ou o prejudiquem indevidamente. É essencial que todas as partes envolvidas na relação de fiança estejam cientes desses direitos e deveres para evitar conflitos e garantir a segurança jurídica de todos.