CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 1591
São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.

 
 
 
Resumo Jurídico

O Reconhecimento de Paternidade no Brasil: Entendendo o Artigo 1591 do Código Civil

O artigo 1591 do Código Civil Brasileiro estabelece um marco fundamental para a filiação no nosso ordenamento jurídico, tratando da presunção de paternidade. Em termos simples, esse artigo define em quais circunstâncias um homem é considerado, perante a lei, o pai de uma criança, mesmo sem um reconhecimento formal explícito no momento do nascimento.

A principal premissa do artigo 1591 é que, em regra, o marido é considerado pai do filho nascido de sua mulher. Essa presunção se aplica durante o casamento ou em períodos específicos após o seu término, garantindo uma segurança jurídica e social para a criança e a família.

Situações Fundamentais Cobertas pelo Artigo:

  • Filho Nascido Durante o Casamento: A regra geral é que o filho gerado e nascido enquanto os pais são casados é presumidamente filho do marido. Essa presunção é forte e busca proteger a unidade familiar e os direitos da criança.

  • Filho Nascido em até 300 dias após a Dissolução da Sociedade Conjugal: O artigo prevê que a presunção de paternidade do ex-marido se mantém se o filho nascer em até 300 dias após a separação de fato, o divórcio, a anulação do casamento ou a morte de um dos cônjuges. Esse prazo visa considerar o período de gestação.

  • Filho Concebido na Constância do Casamento: Mesmo que a criança nasça após o fim do casamento, se ficar comprovado que ela foi concebida durante a união, o marido poderá ser considerado o pai.

Importante Ressaltar:

É crucial entender que essa presunção de paternidade não é absoluta. O artigo 1591 estabelece uma presunção legal relativa, o que significa que ela pode ser contestada e afastada mediante provas em contrário. Ou seja, um homem pode provar que não é o pai biológico da criança, e a justiça poderá reconhecer essa realidade.

As ações judiciais que visam contestar ou estabelecer a paternidade, como a ação negatória de paternidade (quando se quer provar que o marido não é o pai) ou a ação de investigação de paternidade (quando se busca reconhecer a paternidade de um homem que não é o marido), são os meios legais para afastar ou confirmar a presunção estabelecida pelo artigo 1591. Nesses processos, exames de DNA e outras provas podem ser utilizados para determinar a verdade biológica.

Em suma, o artigo 1591 do Código Civil brasileiro é um dispositivo que busca proteger a estabilidade familiar e os direitos da criança, estabelecendo um ponto de partida para a definição da paternidade. No entanto, ele reconhece a possibilidade de se buscar a verdade biológica através dos meios legais cabíveis, garantindo que a filiação legal corresponda, sempre que possível, à realidade genética.