CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 1356
Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembléia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico.

 
 
 
Resumo Jurídico

Artigo 1356 do Código Civil: A Proteção do Patrimônio e a Busca pela Transparência

O artigo 1356 do Código Civil de 2002 introduz um conceito importante no âmbito do direito de propriedade, buscando equilibrar a autonomia privada com a necessidade de proteção de terceiros e a transparência nas relações jurídicas. Ele estabelece que, para ter validade perante terceiros, a constituição de um ônus real sobre um imóvel, ou seja, um direito real que incide sobre o bem, deve ser devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis competente.

O que é um Ônus Real?

Um ônus real é um direito que recai sobre um bem específico, conferindo ao seu titular poderes sobre a coisa, independentemente de quem seja o proprietário. Exemplos comuns incluem a hipoteca, o usufruto, a servidão e a anticrese. Esses direitos limitam a livre disposição do bem pelo proprietário e garantem ao credor ou titular do direito uma segurança especial.

A Importância do Registro

A exigência do registro no Cartório de Imóveis, conforme previsto no artigo 1356, tem um objetivo fundamental: dar publicidade ao ato. Isso significa que a constituição do ônus real se torna conhecida por qualquer pessoa que tenha interesse em consultar a matrícula do imóvel. Sem essa publicidade, o ônus real, embora válido entre as partes que o criaram, não teria efeitos sobre terceiros.

Por que o Registro é Crucial para Terceiros?

Imagine que você está interessado em comprar um imóvel. Antes de fechar negócio, é essencial consultar a matrícula desse bem. Se houver um ônus real registrado (como uma hipoteca), você saberá que o imóvel está gravado com essa dívida. Isso permite que você tome uma decisão informada sobre a compra, pois você estará ciente de que o imóvel poderá ser expropriado para quitação do débito.

Sem o registro, um comprador poderia adquirir um imóvel sem saber da existência de um ônus real, o que poderia levar a sérias complicações e prejuízos financeiros. O registro, portanto, serve como um escudo de proteção para quem pretende negociar com o proprietário de um bem.

Efeitos do Registro

Quando um ônus real é devidamente registrado, ele passa a ter os seguintes efeitos:

  • Oponibilidade a Terceiros: Qualquer pessoa que, posteriormente, venha a ter relações jurídicas com o imóvel (como compra, venda, doação) estará vinculada ao ônus real existente.
  • Prioridade: Em casos de execução do ônus real, o titular do direito registrado terá prioridade sobre outros credores que não tenham seus direitos registrados ou que os tenham registrados posteriormente.
  • Publicidade: A existência do ônus real se torna pública e acessível a quem quiser consultar, garantindo a transparência nas transações imobiliárias.

Em Resumo

O artigo 1356 do Código Civil é um dispositivo que visa garantir a segurança jurídica nas relações que envolvem bens imóveis. Ele estabelece que a constituição de ônus reais sobre imóveis só terá validade e produzirá efeitos para terceiros a partir do momento em que for devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Essa exigência promove a transparência, protege potenciais compradores e credores, e confere estabilidade ao tráfego imobiliário.