CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 1121
Constituída a nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relativos à fusão.

 
 
 
Resumo Jurídico

Artigo 1121 do Código Civil: Ação de Exigir Contas

O artigo 1121 do Código Civil trata de um tipo específico de ação judicial: a Ação de Exigir Contas. Essa ação é fundamental para garantir a transparência e a prestação de contas em situações onde uma pessoa ou entidade administra bens ou interesses de outra.

O Que Significa Exigir Contas?

Em termos simples, "exigir contas" significa que alguém que administra algo em nome de outra pessoa deve apresentar um detalhamento minucioso de todas as suas ações, receitas, despesas, lucros e prejuízos. É como se fosse uma prestação de contas detalhada e organizada.

Quem Pode Exigir Contas?

O artigo 1121 estabelece que qualquer pessoa que tenha a administração de bens ou interesses de outrem, por força de lei ou contrato, está obrigada a prestar contas. Isso abrange uma vasta gama de situações, como:

  • Tutores e Curadores: Responsáveis pela administração dos bens de menores ou incapazes.
  • Inventariantes: Responsáveis por administrar o espólio (bens deixados por falecido) durante o processo de inventário.
  • Síndicos de Massa Falida: Administram o patrimônio de empresas em processo de falência.
  • Administradores de Condomínios: Gerenciam os recursos financeiros e as contas do condomínio.
  • Mandatários: Pessoas que recebem poderes para agir em nome de outra (representantes).
  • Sócios em Sociedades: Em certas circunstâncias, um sócio pode exigir contas de outro que administra os negócios sociais.
  • Comodatários e Depositários: Em alguns casos, podem ser obrigados a prestar contas sobre o uso e a conservação de bens emprestados ou confiados.

Quem Tem o Direito de Exigir Contas?

Por outro lado, quem tem o direito de exigir essas contas são os interessados, ou seja, aqueles cujos bens ou interesses foram administrados. São eles:

  • Os Pupilos e Curatelados: (ou seus representantes legais).
  • Os Herdeiros e o Ministério Público: No caso de inventários.
  • Os Credores: De uma massa falida.
  • Os Condôminos: Em relação ao síndico.
  • O Mandante: Em relação ao mandatário.
  • Os Outros Sócios: Em relação ao sócio administrador.
  • O Comitente ou Depositante: Em relação aos seus administradores.

O Procedimento Judicial

O artigo 1121 prevê um procedimento judicial específico para a Ação de Exigir Contas, que se desenvolve em duas fases:

  1. Primeira Fase: Declaração do Direito de Exigir Contas: Nesta fase, o juiz analisa se o autor da ação tem o direito de exigir as contas. Se o juiz reconhecer esse direito, ele determinará que o réu preste as contas.
  2. Segunda Fase: Julgamento das Contas: Uma vez que as contas são apresentadas pelo réu, o juiz as examina. Se houver saldo credor (o administrador deve dinheiro ao administrado), o réu será condenado a pagar. Se houver saldo devedor (o administrado deve dinheiro ao administrador), o autor da ação será condenado a pagar.

Importância da Ação de Exigir Contas

Essa ação é um instrumento jurídico essencial para:

  • Proteger o patrimônio: Evita que bens e interesses sejam administrados de forma inadequada ou indevida.
  • Garantir a transparência: Obriga os administradores a serem claros sobre como gerenciam os recursos.
  • Restabelecer o equilíbrio financeiro: Permite que se apurem eventuais dívidas ou créditos entre as partes.

Em suma, o artigo 1121 do Código Civil é um mecanismo legal que assegura que aqueles que administram bens ou interesses alheios façam isso com responsabilidade e transparência, prestando contas de seus atos aos devidos interessados.