Resumo Jurídico
O Mandato Judicial e Seus Limites: Uma Análise do Artigo 45 do Estatuto da Advocacia
O artigo 45 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estabelece regras cruciais sobre a forma como o advogado exerce sua profissão, especialmente no que tange à sua representação em juízo. Este dispositivo legal visa garantir a transparência, a segurança jurídica e a proteção dos direitos das partes envolvidas em um processo.
Em essência, o artigo 45 determina que, ao advogar em nome de alguém, o profissional deve provar a existência desse mandato. Isso significa que o advogado não pode simplesmente comparecer a um processo afirmando representar um cliente. É necessário apresentar um documento formal que comprove essa autorização.
O que significa "provar a existência desse mandato"?
A forma mais comum e reconhecida de comprovar o mandato é através da procuração. A procuração é um instrumento legal pelo qual uma pessoa (o outorgante, que é o cliente) confere poderes a outra pessoa (o outorgado, que é o advogado) para praticar atos em seu nome. Essa procuração deve ser juntada aos autos do processo.
Por que essa exigência é tão importante?
- Segurança Jurídica: Garante que apenas advogados devidamente autorizados estejam atuando em nome de terceiros. Isso evita fraudes e protege o cliente de representações indevidas.
- Transparência Processual: Permite que o juiz, as outras partes e o próprio cliente saibam quem está representando legalmente os interesses.
- Responsabilidade: Ao ter um mandato formal, o advogado assume a responsabilidade pelos atos praticados em nome do cliente. Em caso de equívocos ou condutas inadequadas, o cliente tem a quem recorrer.
- Defesa do Cliente: A ausência de procuração pode levar à invalidade dos atos processuais praticados pelo advogado, prejudicando a defesa do cliente.
Exceções e Particularidades:
É importante notar que o próprio artigo 45, e a legislação complementar, preveem algumas situações em que a apresentação formal da procuração pode ser dispensada, como em casos de urgência ou quando a lei já presume a representação. No entanto, em regra, a exigência da procuração é a norma.
Em suma:
O artigo 45 do Estatuto da Advocacia reforça a ideia de que a atuação profissional do advogado em juízo é fundamentada na confiança e na autorização expressa do cliente, materializada, na maioria das vezes, por meio de uma procuração. Essa exigência é um pilar essencial para a boa administração da justiça e para a garantia dos direitos de todos os envolvidos.