ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.
Artigo 246
Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.


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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

A Importância da Notificação e a Proteção da Criança e do Adolescente: Entendendo o Artigo 246

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece um conjunto de normas que visam proteger os direitos fundamentais de crianças e adolescentes em todas as esferas da vida. Um aspecto crucial dessa proteção é garantido pelo artigo 246, que trata da obrigação de comunicar à autoridade judiciária a ocorrência de situações que afetem a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes.

O Que Diz o Artigo 246?

Em termos claros, o artigo 246 impõe a todos os que tiverem ciência de situações de risco ou violação de direitos de crianças e adolescentes a obrigação legal de comunicar tais fatos à autoridade judiciária competente. Essa comunicação é um dever, e o não cumprimento pode gerar consequências.

Quem Tem Essa Obrigação?

A lei é bem abrangente ao determinar quem está sujeito a essa obrigação. Ela se estende a:

  • Profissionais de saúde: Médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais que atuam na área da saúde.
  • Profissionais da educação: Professores, diretores, coordenadores pedagógicos e demais membros da comunidade escolar.
  • Dirigentes de estabelecimentos: Como creches, escolas, hospitais, casas de repouso e outras instituições que acolham crianças e adolescentes.
  • Qualquer pessoa: A redação da lei não se limita a categorias profissionais, indicando que qualquer cidadão que tenha conhecimento de uma situação preocupante deve agir.

Situações que Exigem Comunicação

O artigo 246 abrange um leque amplo de situações que colocam crianças e adolescentes em perigo ou que configuram violação de seus direitos. Algumas das mais comuns incluem:

  • Abuso sexual: Qualquer forma de exploração sexual de crianças e adolescentes.
  • Violência física ou psicológica: Agressões, maus-tratos, negligência, humilhação.
  • Abandono: Desamparo e falta de cuidados essenciais.
  • Exploração do trabalho infantil: Qualquer trabalho que prejudique o desenvolvimento físico, mental, moral ou social.
  • Situações de vulnerabilidade extrema: Como a falta de moradia, alimentação adequada ou acesso à saúde.

Por Que Essa Comunicação é Fundamental?

A notificação é um mecanismo de salvaguarda primordial. Ao comunicar a autoridade judiciária, abre-se um canal para que intervenções sejam realizadas, garantindo a proteção imediata da criança ou do adolescente. Sem essa comunicação, muitas situações de risco poderiam passar despercebidas, prolongando o sofrimento e o dano.

Consequências do Não Cumprimento

A lei não é meramente uma recomendação. O não cumprimento da obrigação de comunicar pode acarretar sanções para quem detinha o dever de fazê-lo. Embora o foco principal seja a proteção da vítima, a omissão de quem tem o dever de agir pode ser vista como negligência e ter implicações legais.

Em Resumo

O artigo 246 do ECA é um pilar na construção de uma sociedade mais segura para crianças e adolescentes. Ele estabelece que a proteção é um dever de todos, e que a comunicação de situações de risco à autoridade judiciária é um passo essencial para garantir que os direitos e o bem-estar dos mais jovens sejam preservados. Estar ciente dessa obrigação e agir quando necessário é um ato de cidadania e responsabilidade social.