ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.
Artigo 22
Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)


21
ARTIGOS
23
 
 
 
Resumo Jurídico

A Proteção do Direito à Liberdade, Respeito e Dignidade

O artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) consagra um princípio fundamental para o desenvolvimento saudável e pleno de crianças e adolescentes: o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. Este artigo, em sua essência, garante que estes jovens possam expressar suas opiniões, vivenciar suas experiências e serem tratados com o decoro e a consideração que merecem, conforme sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

O que significa esse direito na prática?

  • Liberdade: Refere-se à autonomia que crianças e adolescentes possuem para se expressar, escolher, participar e ter suas opiniões consideradas. Isso não significa ausência de limites ou responsabilidade, mas sim o reconhecimento de que eles possuem um espaço para o desenvolvimento de sua individualidade e para a construção de seu projeto de vida. Inclui a liberdade de ir e vir, de se associar, de expressar crenças e ideias, sempre dentro dos limites legais e com a devida proteção.

  • Respeito: Implica em considerar a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, com suas peculiaridades e necessidades. Significa não os tratar como objetos, mas sim como indivíduos que possuem sentimentos, pensamentos e desejos próprios. O respeito abrange a valorização de suas capacidades, a consideração de suas opiniões em decisões que os afetem e a proteção contra qualquer forma de discriminação, humilhação ou constrangimento.

  • Dignidade: É o valor intrínseco de cada ser humano, que deve ser reconhecido e protegido. Para crianças e adolescentes, a dignidade está intrinsecamente ligada à garantia de condições adequadas de vida, à proteção contra violências, explorações e negligências, e à oportunidade de se desenvolverem integralmente, física, mental, moral e socialmente. A dignidade exige que sejam tratados com humanidade e que suas necessidades básicas sejam atendidas.

A importância deste artigo:

O artigo 22 do ECA é um pilar na construção de uma sociedade que valoriza e protege suas futuras gerações. Ao assegurar esses direitos, o Estatuto busca:

  • Promover o desenvolvimento integral: Um ambiente de liberdade, respeito e dignidade é essencial para que crianças e adolescentes possam explorar seu potencial, desenvolver suas habilidades e se tornarem cidadãos conscientes e atuantes.
  • Prevenir a violência e a exploração: A garantia desses direitos funciona como um escudo protetor contra abusos, negligências e qualquer forma de violência que possa comprometer o bem-estar e a integridade dos jovens.
  • Fomentar a participação e a cidadania: Ao terem suas opiniões ouvidas e respeitadas, as crianças e adolescentes aprendem a exercer a cidadania e a participar ativamente da sociedade.

Em suma, o artigo 22 do ECA não é apenas uma norma legal, mas um convite à reflexão sobre a forma como a sociedade trata e se relaciona com suas crianças e adolescentes, reafirmando que eles são prioridade absoluta e merecem viver com plenitude e segurança.