ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.
Artigo 21
O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

20
ARTIGOS
22
 
 
 
Resumo Jurídico

Direito à Proteção contra Toda Forma de Negligência, Discriminação e Violência

O artigo 21 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece um princípio fundamental: a criança e o adolescente têm o direito de serem protegidos contra toda forma de negligência, discriminação e violência. Este artigo não se limita a proibir ações específicas, mas sim a garantir um ambiente seguro e digno para o pleno desenvolvimento de todos os jovens em nosso país.

O que significa ser protegido contra negligência?

Negligência, neste contexto, refere-se à falta de cuidado, atenção ou supervisão por parte dos pais, responsáveis legais ou da sociedade. Isso pode se manifestar de diversas formas, como:

  • Falta de cuidados básicos: Não prover alimentação adequada, vestuário, higiene, moradia segura e condições de saúde.
  • Abandono: Deixar a criança ou o adolescente desamparado, sem o devido acompanhamento e cuidado.
  • Descumprimento dos deveres parentais: Não zelar pela educação, pelo acompanhamento escolar ou pelo desenvolvimento social e emocional.
  • Exposição a situações de risco: Permitir que a criança ou o adolescente esteja em locais perigosos ou com pessoas que possam lhes causar dano.

O direito à proteção contra a negligência implica que a família e, em última instância, o Estado, têm o dever de garantir que as necessidades básicas e o bem-estar da criança e do adolescente sejam atendidos, assegurando-lhes um ambiente propício ao seu desenvolvimento.

O que abrange a proteção contra discriminação?

A discriminação, em qualquer de suas formas, é proibida. Isso significa que nenhuma criança ou adolescente pode ser tratado de maneira desigual ou injusta com base em:

  • Origem, raça, etnia, cor, religião ou credo.
  • Gênero, orientação sexual ou identidade de gênero.
  • Condição física ou mental, deficiência.
  • Situação socioeconômica, localização geográfica ou qualquer outra condição.

O ECA busca assegurar que todas as crianças e adolescentes, sem exceção, sejam tratados com igualdade de direitos e oportunidades, promovendo a inclusão e o respeito à diversidade.

E o que significa proteção contra violência?

A violência contra crianças e adolescentes é inaceitável e abrange diversas modalidades, incluindo:

  • Violência física: Agressões corporais, castigos físicos, maus-tratos.
  • Violência psicológica: Ameaças, humilhações, manipulações, rejeição, negligência emocional.
  • Violência sexual: Abuso sexual, exploração sexual, assédio.
  • Violência institucional: Negligência ou maus-tratos por parte de instituições que deveriam cuidar da criança ou do adolescente.
  • Exploração: Trabalho infantil em condições precárias, tráfico de crianças.

O direito à proteção contra a violência exige que a sociedade, incluindo pais, responsáveis, educadores e o poder público, atue de forma ativa para prevenir, identificar e combater todas as formas de violência, garantindo a segurança e a integridade física, psicológica e moral dos jovens.

Em suma:

O artigo 21 do ECA é um pilar para a garantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. Ele reafirma que estes são sujeitos de direitos e que a sociedade tem a responsabilidade coletiva de assegurar que eles cresçam em um ambiente livre de negligência, discriminação e qualquer tipo de violência, permitindo que desenvolvam todo o seu potencial.