CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Lei Nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966.
Artigo 152
A moratória somente pode ser concedida:
I - em caráter geral:

a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;

b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultâneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado;

II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.

Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.


151
ARTIGOS
153
 
 
 
Resumo Jurídico

Artigo 152 do Código Tributário Nacional: Uma Análise Clara e Educativa

O artigo 152 do Código Tributário Nacional (CTN) trata de um aspecto fundamental na relação entre o Fisco e o contribuinte: a dilação do prazo para cumprimento de obrigações tributárias. Em termos simples, este artigo estabelece as condições em que o sujeito passivo de uma obrigação tributária pode solicitar e obter um adiamento para realizar o pagamento de um tributo ou o cumprimento de outra exigência fiscal.

O Que Diz o Artigo 152?

O caput do artigo 152 do CTN prevê que a legislação tributária poderá dispor sobre a dilação do prazo para o pagamento de tributos e demais créditos fiscais. Isso significa que, em certas situações previstas em lei, o contribuinte poderá ter um tempo maior para efetuar o pagamento.

A finalidade principal dessa dilação é oferecer um alívio temporário ao contribuinte que, por motivos específicos e devidamente justificados, encontra dificuldades em cumprir suas obrigações fiscais no prazo regular. Essa flexibilidade visa evitar o acúmulo de dívidas e sanções desnecessárias, promovendo um ambiente mais equilibrado na arrecadação tributária.

Quem Pode Conceder a Dilação?

A competência para conceder essa dilação recai sobre a autoridade tributária competente. A legislação que estabelece a dilação em si é que definirá qual órgão ou entidade fiscal terá o poder de analisar e aprovar os pedidos de adiamento.

Quais são os Requisitos e Fundamentos?

Embora o artigo 152 seja conciso, a aplicação prática da dilação do prazo geralmente exige o preenchimento de alguns requisitos e a apresentação de fundamentos claros. É importante notar que a extensão e a natureza desses requisitos são definidas por leis específicas (como o CTN em outras disposições ou leis complementares e ordinárias, e regulamentos). No entanto, de forma geral, podemos inferir os seguintes pontos:

  • Justificativa Plausível: O contribuinte deve apresentar um motivo concreto e aceitável para a necessidade do adiamento. Exemplos comuns incluem dificuldades financeiras temporárias, calamidades públicas, desastres naturais, ou até mesmo a necessidade de tempo para organizar a documentação ou obter informações cruciais para o correto cálculo do tributo.
  • Solicitação Formal: A dilação não é automática. O contribuinte deve, em regra, apresentar um pedido formal à autoridade tributária, expondo os motivos e solicitando o novo prazo.
  • Previsão Legal: A dilação do prazo só é possível quando há uma previsão expressa na legislação tributária. Ou seja, a autoridade não tem discricionariedade absoluta para conceder o adiamento sem base legal. A lei deve autorizar essa possibilidade.
  • Condições Específicas: As leis que preveem a dilação podem estabelecer condições adicionais, como a necessidade de apresentação de garantias, o pagamento de juros ou multas sobre o valor em atraso, ou a limitação do número de vezes que o prazo pode ser dilatado.

Importância da Dilação do Prazo

A previsão da dilação do prazo para cumprimento de obrigações tributárias é um instrumento importante para:

  • Evitar a Sonegação: Ao oferecer um fôlego ao contribuinte em dificuldades, o Fisco pode reduzir o risco de que ele opte por não pagar o tributo, buscando a informalidade.
  • Manter a Atividade Econômica: Para empresas, a impossibilidade de cumprir obrigações pode levar à paralisação de atividades, prejudicando a economia. A dilação pode ajudar a superar obstáculos temporários.
  • Promover a Segurança Jurídica: Ao estabelecer regras claras para a concessão da dilação, o artigo 152 contribui para a previsibilidade e a segurança jurídica nas relações tributárias.

Em suma, o artigo 152 do CTN é um dispositivo que confere flexibilidade ao sistema tributário, permitindo que, sob certas condições legais e mediante solicitação justificada, o contribuinte possa ter um prazo adicional para cumprir suas obrigações fiscais. Sua correta aplicação é fundamental para um relacionamento mais justo e eficiente entre o Fisco e os contribuintes.