CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 734
A graça poderá ser provocada por petição do condenado, de qualquer pessoa do povo, do Conselho Penitenciário, ou do Ministério Público, ressalvada, entretanto, ao Presidente da República, a faculdade de concedê-la espontaneamente.

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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Alimentos Provisórios: Uma Garantia Urgente no Processo Penal

O artigo 734 do Código de Processo Penal (CPP) estabelece um importante mecanismo de proteção para aqueles que dependem de auxílio financeiro de outra pessoa, especialmente em situações de conflito familiar. Este dispositivo permite a concessão de alimentos provisórios de forma urgente e provisória no curso de um processo judicial.

O que são alimentos provisórios?

São valores fixados pelo juiz para suprir as necessidades básicas de subsistência de uma pessoa (chamada de alimentando) enquanto o processo principal que discute a pensão alimentícia (ou outras questões que envolvam sustento) está em andamento. Eles funcionam como um auxílio temporário, garantindo que o alimentando não fique desamparado financeiramente durante a tramitação do litígio.

Quem pode solicitar?

Geralmente, a solicitação de alimentos provisórios é feita pelo representante legal do alimentando (se for menor de idade, por exemplo, um dos pais ou tutor) ou pelo próprio alimentando, caso seja capaz. A necessidade de alimentos provisórios é particularmente relevante em casos de:

  • Ação de divórcio ou separação judicial: Quando um dos cônjuges ou companheiros é o principal provedor financeiro.
  • Ação de investigação de paternidade: Para garantir o sustento da criança desde o início do processo.
  • Outras situações que envolvam a obrigação alimentar: Como o dever de pais para com filhos maiores, mas ainda necessitados.

Como funciona a concessão?

A grande característica dos alimentos provisórios é a rapidez. O juiz pode fixá-los liminarmente, ou seja, logo no início do processo, sem a necessidade de uma análise completa e exaustiva de todas as provas. Para isso, o juiz levará em consideração os seguintes elementos:

  • A existência de indícios da obrigação alimentar: Ou seja, a probabilidade de que a pessoa acionada realmente tenha o dever de prestar alimentos.
  • A necessidade do alimentando: A demonstração de que a pessoa requerente precisa do auxílio para se manter.
  • As possibilidades do devedor: As condições financeiras da pessoa que se alega ser a obrigada a pagar.

Importância do artigo 734 do CPP:

Este artigo é fundamental por diversas razões:

  • Proteção social: Garante que as necessidades básicas de sobrevivência (alimentação, moradia, saúde, educação) sejam atendidas, evitando a vulnerabilidade de quem depende desse auxílio.
  • Celeridade processual: Promove uma resposta rápida do judiciário a uma necessidade urgente, sem que se espere o longo tempo de duração de um processo completo.
  • Equilíbrio processual: Ajuda a manter o alimentando em condições mínimas de subsistência, permitindo que ele participe ativamente do processo, sem prejuízos significativos.

Em suma, o artigo 734 do CPP confere ao juiz o poder de agir rapidamente para assegurar o mínimo necessário à subsistência de alguém em situação de dependência financeira, durante o curso de um processo judicial, demonstrando a preocupação do sistema jurídico com a proteção social e a dignidade humana.