CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 367
O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

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Resumo Jurídico

Artigo 367 do Código de Processo Penal: A Desistência e o Arquivamento do Processo Criminal

O artigo 367 do Código de Processo Penal (CPP) trata de uma situação específica que pode levar ao encerramento de um processo criminal: a desistência da ação penal. É importante entender que a ação penal é o direito de exigir do Estado a punição de um indivíduo que cometeu um crime.

Desistência da Ação Penal: Quem Pode Desistir e Quando?

Em geral, a regra é que a iniciativa da ação penal pública é do Ministério Público. Em crimes que se processam por ação penal pública incondicionada, o Ministério Público não pode desistir da ação. Isso significa que, uma vez que o órgão ministerial apresente a denúncia, ele está obrigado a prosseguir com o processo até uma decisão final, seja ela condenação ou absolvição.

No entanto, existem situações em que a desistência da ação penal pode ocorrer, especialmente em crimes de ação penal privada. Nesses casos, a vítima (o querelante) é quem tem a prerrogativa de iniciar o processo por meio de uma queixa-crime.

O artigo 367 prevê que, se o querelante (aquele que iniciou a ação penal privada) não comparecer em juízo para dar andamento ao processo, ou se ele desistir expressamente da ação, o juiz declarará a extinção da punibilidade.

Extinção da Punibilidade: O Que Significa?

A extinção da punibilidade significa que o Estado perde o direito de punir o acusado. Em termos práticos, o processo é encerrado e o réu não poderá mais ser condenado pelo crime em questão.

Implicações do Não Comparecimento e da Desistência

  • Não comparecimento do querelante: Se o querelante não comparecer em juízo nas datas designadas para atos processuais relevantes, sem apresentar uma justificativa válida, o juiz poderá interpretar isso como uma desistência tácita da ação.
  • Desistência expressa: O querelante pode manifestar formalmente em juízo o seu desejo de desistir da ação penal. Essa desistência, quando aceita pelo juiz, levará à extinção da punibilidade.

Exceções e Nuances Importantes

É crucial ressaltar que a aplicação do artigo 367 depende da natureza da ação penal:

  • Ação Penal Pública Incondicionada: Como mencionado, o Ministério Público não pode desistir.
  • Ação Penal Pública Condicionada: Nestes casos, a ação penal pública depende de uma condição, como a representação do ofendido. Se essa condição não for satisfeita ou se for revogada, a ação penal pode não ter seguimento.
  • Ação Penal Privada: É aqui que o artigo 367 tem sua aplicação mais direta, permitindo a desistência pelo querelante.

Em Resumo

O artigo 367 do CPP estabelece que, em crimes de ação penal privada, a falta de manifestação ou a desistência expressa do querelante em dar andamento ao processo resultará na extinção da punibilidade do acusado. É um dispositivo que reconhece a autonomia da vítima em determinados casos para decidir se deseja ou não levar adiante a acusação criminal.