CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 211
Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º ), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.


210
ARTIGOS
212
 
 
 
Resumo Jurídico

Artigo 211 do Código de Processo Penal: A Importância da Preclusão e da Inexistência de Nulidade

O artigo 211 do Código de Processo Penal (CPP) é um dispositivo fundamental que estabelece um importante princípio para o andamento do processo penal: a preclusão. Em termos simples, preclusão significa a perda de um direito ou de uma faculdade processual pelo decurso do tempo ou pela prática de outro ato incompatível.

O que o artigo 211 estabelece?

Este artigo, de forma direta, determina que, após a declaração de nulidade de um ato processual, as provas que dele dependem serão consideradas inúteis. Isso implica que, se um ato processual for considerado nulo pelo juiz, todos os atos subsequentes que foram praticados com base naquele ato nulo também perdem sua validade e eficácia.

Exemplo prático:

Imagine que uma busca e apreensão seja realizada em desacordo com a lei (por exemplo, sem mandado judicial válido quando exigido). Caso essa nulidade seja reconhecida pelo juiz, todos os objetos apreendidos nesse ato (as provas) não poderão ser utilizados no processo. Da mesma forma, se uma decisão judicial for anulada, tudo o que foi decidido ou determinado com base nessa decisão anterior também se torna inválido.

Por que isso é importante?

A preclusão, conforme o artigo 211, visa garantir a segurança jurídica e a eficiência do processo. Sem esse princípio, os processos poderiam se arrastar indefinidamente, pois qualquer parte poderia, a qualquer momento, arguir a nulidade de um ato já praticado e tentar desconstituir todo o andamento processual.

  • Evita a perpetuação de erros: O reconhecimento de nulidades permite corrigir falhas no procedimento, assegurando que o processo siga em conformidade com a lei.
  • Agiliza o trâmite processual: Ao determinar a inutilidade das provas que dependem do ato nulo, o artigo 211 impede que o processo fique "travado" por longos períodos discutindo a validade de atos já realizados e que consequentemente impactam em toda a cadeia probatória.
  • Protege os direitos das partes: Ao garantir que o processo seja conduzido de acordo com as regras legais, o artigo 211 assegura que nenhuma das partes seja prejudicada por vícios processuais.

Em resumo:

O artigo 211 do CPP, ao tratar da nulidade de atos processuais, reforça a ideia de que o processo deve seguir um rito preestabelecido pela lei. Uma vez que um ato é declarado nulo, as provas dele decorrentes perdem seu valor, protegendo a lisura e a validade do processo como um todo. É um mecanismo essencial para a correta aplicação da justiça, garantindo que os resultados processuais sejam obtidos de forma legítima e em observância aos princípios do devido processo legal.