CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 971
Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do julgamento rescindendo.


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Resumo Jurídico

Cooperação Jurídica Internacional: O Artigo 971 do Código de Processo Civil

O Artigo 971 do Código de Processo Civil trata de um tema fundamental para a justiça em um mundo cada vez mais globalizado: a cooperação jurídica entre países. Em termos simples, este artigo estabelece as bases para que o Poder Judiciário brasileiro possa colaborar com autoridades judiciárias de outros países, e vice-versa, para a realização de atos processuais.

O que significa "cooperação jurídica"?

Significa que, quando um processo judicial no Brasil necessita de uma diligência que só pode ser realizada em outro país (como ouvir uma testemunha estrangeira ou obter um documento), o juiz brasileiro pode solicitar essa ajuda. Da mesma forma, um juiz estrangeiro pode pedir ao juiz brasileiro que realize um ato em território nacional para um processo que tramita em seu país.

Como essa cooperação acontece?

A cooperação se dá por meio de cartas rogatórias. Uma carta rogatória é um pedido formal de auxílio judicial de uma autoridade judiciária de um país para outra. Essa comunicação formal garante que o pedido seja feito de maneira oficial e organizada.

O que pode ser objeto dessa cooperação?

O artigo 971 abrange uma vasta gama de atos, incluindo:

  • Citação: Informar uma pessoa que ela é parte em um processo.
  • Intimação: Notificar alguém sobre a necessidade de comparecer a um ato processual ou cumprir uma determinação judicial.
  • Notificação: Comunicar oficialmente um fato ou decisão.
  • Oitiva de testemunhas: Coletar depoimentos de pessoas que presenciaram ou têm conhecimento de fatos relevantes para o processo.
  • Obtenção de informações ou documentos: Solicitar laudos, pareceres, certidões, contratos ou qualquer outro tipo de documento que seja necessário para a instrução processual.
  • Realização de perícias: Solicitar a análise técnica de objetos ou fatos por especialistas.
  • Penhora, avaliação e expropriação de bens: Medidas para garantir o cumprimento de uma decisão judicial, como a apreensão de bens para pagamento de dívidas.

Quem é o responsável por essa cooperação?

No Brasil, a cooperação jurídica internacional é coordenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). É o STJ que recebe as cartas rogatórias vindas do exterior e as encaminha aos juízes competentes no Brasil para sua execução. Da mesma forma, o STJ é o órgão responsável por enviar as cartas rogatórias brasileiras para serem cumpridas em outros países.

Importância da cooperação:

Em um cenário onde as fronteiras se tornam cada vez mais fluidas, a cooperação jurídica internacional é essencial para:

  • Garantir o acesso à justiça: Permite que cidadãos e empresas que têm direitos a serem defendidos em processos judiciais possam efetivamente obtê-los, mesmo que elementos do processo estejam em outros países.
  • Eficiência processual: Agiliza a tramitação de processos que envolvem partes ou provas em diferentes jurisdições.
  • Cumprimento de decisões: Assegura que decisões judiciais brasileiras possam ter efeitos práticos em outros países, e vice-versa.

Em suma, o Artigo 971 do Código de Processo Civil é um pilar fundamental para a aplicação da justiça em um contexto global, permitindo que as ferramentas do direito ultrapassem as fronteiras nacionais para alcançar seus objetivos.