CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 922
Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.
Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará o seu curso.


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Resumo Jurídico

Artigo 922 do Código de Processo Civil: Uma Visão Clara e Educativa

O Artigo 922 do Código de Processo Civil (CPC) trata de um aspecto fundamental do processo de execução: a suspensão do processo executivo em face do falecimento do executado. Compreender este artigo é crucial para garantir a correta tramitação dos processos e a proteção dos direitos das partes envolvidas.

O Que Acontece Quando o Executado Falece Durante a Execução?

Quando uma pessoa que está sendo executada em um processo judicial falece, a lei prevê um procedimento específico para garantir que a execução não se perca e que os herdeiros ou o espólio sejam devidamente representados. O Artigo 922 do CPC estabelece que, após a morte do executado, o processo de execução será suspenso.

Por Que Suspender o Processo?

A suspensão se faz necessária por diversos motivos:

  • Identificação dos Sucessores: É preciso verificar quem são os herdeiros legais ou se existe um inventário em curso, pois são eles que darão continuidade à relação processual, respondendo pelas dívidas do falecido dentro do limite da herança.
  • Habilitação dos Sucessores: Os herdeiros ou o espólio precisam ser formalmente admitidos no processo para poderem exercer seus direitos de defesa e apresentar eventuais argumentos.
  • Proteção do Patrimônio: A suspensão garante que os bens do espólio não sejam indevidamente alienados ou dilapidados antes da devida apuração e partilha, assegurando a responsabilidade patrimonial nos limites legais.

Quem Assume a Posição no Processo?

Com o falecimento do executado, a posição processual passa a ser ocupada pelos seus sucessores. A sucessão pode ocorrer de duas formas principais:

  • Espólio: Se houver um processo de inventário em andamento, o espólio, representado pelo inventariante, assume a posição processual.
  • Herdeiros: Na ausência de inventário ou após a conclusão deste, os herdeiros assumem a responsabilidade, respondendo pelas dívidas do falecido.

O Procedimento de Habilitação

A suspensão do processo é um prelúdio para a habilitação dos sucessores. O juiz, ao ser informado do falecimento, determinará que se intime o Ministério Público e, se for o caso, se façam as devidas citações e intimações para que os sucessores se apresentem e demonstrem seu interesse ou legitimidade para figurar no polo passivo da execução.

É importante notar que o processo não é extinto, apenas suspenso. A execução será retomada assim que os sucessores forem devidamente habilitados.

Implicações Práticas

Para quem está credor, o falecimento do devedor pode gerar uma pausa na cobrança, mas não extingue o direito. É preciso acompanhar o processo e garantir a habilitação dos sucessores para prosseguir com a satisfação do crédito.

Para os herdeiros, a suspensão traz um tempo para organizar a situação financeira e patrimonial deixada pelo falecido, buscando meios de defender os bens e cumprir as obrigações dentro das suas possibilidades legais.

Em suma, o Artigo 922 do CPC busca harmonizar a continuidade da justiça com o respeito aos direitos sucessórios, garantindo que os processos executivos não se percam com o falecimento de uma das partes, mas sim que se adaptem à nova realidade, permitindo que os sucessores assumam a responsabilidade de forma legal e organizada.