CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 18
Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.


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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Artigo 18 do Código de Processo Civil: A Boa-Fé Processual

O Artigo 18 do Código de Processo Civil (CPC) estabelece um pilar fundamental para a relação entre as partes no processo judicial e o próprio Estado-Juiz: a boa-fé. Em sua essência, este artigo determina que todos os sujeitos do processo devem agir com lealdade e boa-fé, tanto na fase de postulação quanto na de instrução e julgamento.

O que significa agir com boa-fé no processo?

Agir com boa-fé no processo significa comportar-se de maneira honesta, transparente e colaborativa. Isso implica em:

  • Não criar obstáculos desnecessários: As partes não devem apresentar argumentos ou requerer diligências meramente para atrasar o andamento do processo ou para prejudicar a outra parte.
  • Dizer a verdade: As partes e seus advogados não devem mentir ou omitir fatos relevantes que possam influenciar a decisão judicial.
  • Colaborar com a Justiça: As partes devem cooperar para que o processo alcance seu objetivo, que é a resolução justa do conflito.
  • Respeitar as decisões judiciais: Mesmo quando desfavoráveis, as decisões devem ser cumpridas ou, quando cabível, contestadas pelos meios legais.

Consequências da Má-Fé Processual

O próprio Artigo 18 do CPC prevê consequências para aqueles que não agirem de acordo com os princípios da boa-fé. O parágrafo único estabelece que aquele que deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso incorrerá em improbidade processual.

A improbidade processual pode gerar diversas sanções, como:

  • Multa: O juiz pode impor uma multa à parte que agiu de má-fé, geralmente em percentual sobre o valor da causa ou com base em outros critérios estabelecidos.
  • Responsabilidade por perdas e danos: A parte que causou prejuízos à outra devido à sua conduta de má-fé pode ser obrigada a indenizar.
  • Diligências desnecessárias: A parte que praticar atos inúteis ou protelatórios poderá ter que arcar com os custos dessas diligências.

Importância da Boa-Fé Processual

A boa-fé processual é um dos pilares do devido processo legal. Ela garante a efetividade da justiça, otimiza o tempo do judiciário e assegura um ambiente de respeito e ética entre todos os envolvidos. Ao promover um comportamento leal e honesto, o CPC busca assegurar que os processos sejam resolvidos de forma justa e célere, em benefício da própria sociedade.

Em suma, o Artigo 18 do CPC nos lembra que o processo judicial não é um campo de batalha onde vale tudo, mas sim um instrumento para a pacificação social, que exige de todos os seus participantes um comportamento pautado pela honestidade e pela colaboração.