CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 1059
À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992 , e no art. 7º, § 2º, da Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009 .

 
 
 
Resumo Jurídico

O Preceito da Reparação Integral do Dano: Desvendando o Artigo 1059 do Código de Processo Civil

O Código de Processo Civil (CPC) estabelece, em seu artigo 1059, um princípio fundamental para a esfera cível: o da reparação integral do dano. Em termos claros e educativos, este artigo determina que a indenização por um ato ilícito deve abranger todos os prejuízos efetivamente sofridos pela vítima, bem como aquilo que ela razoavelmente deixou de lucrar.

O Que Significa "Reparação Integral"?

A expressão "reparação integral" não se limita a cobrir apenas os danos mais evidentes e materiais. Ela abarca um espectro mais amplo, buscando restabelecer a situação da vítima ao estado em que estaria caso o dano não tivesse ocorrido. Para isso, o artigo 1059 divide os danos em duas categorias principais:

  1. Danos Emergentes: Referem-se aos prejuízos materiais diretos e imediatos causados pelo ato ilícito. São as perdas concretas e comprováveis. Exemplos incluem:

    • Custos de reparo de um bem danificado.
    • Despesas médicas e hospitalares decorrentes de lesões.
    • Perda de bens ou objetos.
    • Gastos com transporte ou hospedagem para tratamento.
  2. Lucros Cessantes: São aqueles valores que a vítima razoavelmente deixou de ganhar em decorrência do ato ilícito. Para serem reconhecidos, é preciso demonstrar a probabilidade de que esses lucros teriam sido obtidos se o dano não tivesse acontecido. Exemplos incluem:

    • Salários perdidos devido a uma incapacidade temporária de trabalho.
    • Perda de oportunidades de negócio.
    • Lucros deixados de auferir por um atraso na entrega de um produto essencial para a atividade comercial.

A Razoabilidade como Limite

É importante notar que a reparação dos lucros cessantes está atrelada à razoabilidade. Isso significa que a vítima deve comprovar que a perda desses lucros era uma consequência previsível e provável do ato ilícito, e não algo meramente especulativo ou hipotético. O juiz analisará a situação concreta para determinar o que se enquadra como um lucro razoavelmente esperado.

Implicações Práticas

O artigo 1059 do CPC serve como um guia para juízes e advogados na quantificação das indenizações. Ele assegura que a justiça, ao reparar um dano, o faça de forma completa, buscando mitigar ao máximo os efeitos negativos sofridos pela parte lesada. Ao determinar que o ofensor deve ressarcir tanto o que se perdeu quanto o que se deixou de ganhar, o dispositivo reforça o caráter punitivo e compensatório do instituto da responsabilidade civil, visando a restabelecer o equilíbrio rompido pelo ato ilícito.

Em suma, o artigo 1059 do Código de Processo Civil é um pilar para a efetividade da justiça cível, garantindo que a reparação de um dano seja plena e abranja todas as consequências negativas, tanto as já consumadas quanto as prováveis, que decorreram de um ato ilícito.