CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Lei Nº 8.078, de 11 de Setembro de 1990.
Artigo 93
Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;

II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.


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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Fraude em Contratos: A Invalidação do Negócio Jurídico

O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 93, estabelece um princípio fundamental para a proteção do consumidor em relações contratuais: a nulidade de pleno direito de cláusulas ou atos que configurem fraude à lei.

Em termos claros, isso significa que qualquer contrato, acordo ou prática que tente burlar a legislação vigente para prejudicar o consumidor é considerado inválido desde o seu início. A lei não reconhece a validade de tais acordos, pois eles nascem com um vício intrínseco, uma vez que visam desviar do ordenamento jurídico.

O que isso significa na prática?

Se um consumidor se deparar com uma cláusula contratual ou uma situação em que percebe que o fornecedor está agindo de forma a contornar a lei para obter vantagem indevida, essa cláusula ou ato é automaticamente nulo. O consumidor não é obrigado a cumprir o que foi estipulado nessa parte do contrato, nem a aceitar a prática fraudulenta.

Exemplos comuns onde o artigo 93 pode ser aplicado:

  • Contratos com cláusulas que restringem indevidamente direitos do consumidor: Por exemplo, uma cláusula que tenta impossibilitar o direito de arrependimento em compras online, contrariando a lei.
  • Táticas de venda enganosas que visam criar um falso cenário legal: Situações em que o fornecedor manipula informações ou documentos para fazer o consumidor acreditar que está firmando um acordo legal e válido, quando na verdade está sendo induzido a erro por uma prática fraudulenta.
  • Acordos que desvirtuam o propósito da lei: Por exemplo, um contrato de adesão que, sob um rótulo específico, esconde uma relação de consumo que deveria ter outras proteções legais.

O Poder da Nulidade:

A nulidade de pleno direito é uma sanção forte. Ela retira qualquer efeito jurídico da cláusula ou ato considerado fraudulento. O consumidor tem o direito de buscar a declaração judicial dessa nulidade para se desvincular de obrigações ilegais e, se for o caso, buscar indenização por eventuais danos sofridos.

Em suma:

O artigo 93 do Código de Defesa do Consumidor é uma garantia contra a má-fé e a tentativa de manipulação da lei. Ele assegura que as relações de consumo sejam pautadas pela transparência e pelo respeito às normas legais, invalidando qualquer tentativa de criar um "direito" artificial através da fraude. O consumidor que se sentir lesado por práticas que se enquadrem nesse dispositivo legal deve procurar seus direitos.