CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 998
Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
§ 1º O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da autoridade competente.

§ 2º Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número de ordem contínua para todas as sociedades inscritas.


997
ARTIGOS
999
 
 
 
Resumo Jurídico

O Direito de Arrependimento no Contrato de Compra e Venda: Uma Análise do Artigo 998 do Código Civil

O contrato de compra e venda, instrumento fundamental nas relações comerciais, encontra no ordenamento jurídico diversas normas que visam garantir a segurança e a equidade entre as partes. Dentre elas, destaca-se o artigo 998 do Código Civil, que estabelece o direito de arrependimento, também conhecido como pacto comissório ou cláusula de retrovenda, conferindo a uma das partes a prerrogativa de se desvincular do contrato, mediante certas condições.

Compreendendo o Direito de Arrependimento

Em sua essência, o direito de arrependimento permite que uma ou ambas as partes de um contrato de compra e venda estabeleçam, de antemão, a possibilidade de desistência do negócio. Essa desistência não se confunde com o simples inadimplemento, pois é exercida por livre e espontânea vontade, dentro dos limites e das consequências previamente acordadas.

Condições e Consequências

O artigo em questão, em sua redação original e em suas eventuais alterações, detalha os cenários em que esse direito pode ser exercido e as repercussões financeiras que dele decorrem:

  • Arrependimento do Comprador: Se quem se arrepende for o comprador, ele perderá o valor que eventualmente já tenha pago ao vendedor. Em outras palavras, o valor dado como sinal ou entrada servirá como compensação pelo prejuízo sofrido pelo vendedor com a desistência.
  • Arrependimento do Vendedor: Caso o vendedor decida se arrepender, ele terá que devolver ao comprador a quantia que recebeu, acrescida de uma quantia igual, em forma de indenização. Essa disposição visa a proteger o comprador de eventuais desvantagens e a assegurar que ele não saia prejudicado pela decisão do vendedor.

Natureza Jurídica e Implicações

O direito de arrependimento, quando pactuado, confere ao contrato uma condição resolutiva tácita ou expressa, dependendo da forma como foi acordado. Essa condição, ao se verificar (ou seja, ao uma das partes exercer o direito de arrependimento), opera para dissolver o vínculo contratual, desfazendo-o retroativamente como se nunca tivesse existido, mas com as consequências financeiras estipuladas.

É crucial notar que o exercício desse direito deve ser manifestado dentro do prazo estabelecido no contrato. Ultrapassado esse prazo, o direito se extingue e o contrato se torna irrevogável pelas partes, a menos que haja outras formas de rescisão previstas em lei ou acordadas entre elas.

Relevância Prática

O direito de arrependimento é uma ferramenta valiosa para proporcionar flexibilidade em negociações, especialmente em transações de maior vulto ou em cenários de incerteza. Ele permite que as partes formalizem um interesse inicial na transação, mas reservem uma saída caso suas circunstâncias mudem ou se perceba que o negócio não é mais vantajoso. Contudo, é fundamental que o pacto de arrependimento seja redigido de forma clara e detalhada no contrato, para evitar ambiguidades e futuras controvérsias.