CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 963
O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial.

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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

O Contrato de Fiança: Garantindo o Cumprimento de Obrigações

O contrato de fiança, previsto no Código Civil, é um importante instrumento jurídico que visa garantir o cumprimento de uma obrigação. Essencialmente, ele funciona como uma segurança para o credor, assegurando que, caso o devedor principal não cumpra com o que foi acordado, haverá outra pessoa, o fiador, responsável por saldar a dívida.

O Que Define o Contrato de Fiança?

O artigo 963 do Código Civil estabelece as diretrizes fundamentais para a validade e eficácia do contrato de fiança. Ele define a fiança como um contrato pelo qual uma pessoa (o fiador) se obriga a satisfazer a obrigação contraída pelo devedor principal. Em outras palavras, o fiador assume a responsabilidade pessoal de pagar a dívida caso o devedor não o faça.

Características Essenciais da Fiança:

  • Onerosidade: Embora a fiança possa ser gratuita, em muitos casos ela é onerosa, ou seja, o fiador recebe alguma contrapartida pelo risco que assume.
  • Acessoriedade: A fiança é um contrato acessório. Isso significa que sua existência e validade dependem da obrigação principal que ela garante. Se a dívida principal for extinta, a fiança também o será.
  • Gratuidade (em alguns casos): A fiança pode ser estabelecida de forma gratuita, quando o fiador assume a responsabilidade sem receber qualquer tipo de remuneração por isso. Isso é comum em relações familiares ou de amizade.
  • Formalidade: A fiança, para ser válida, deve ser escrita. A declaração expressa do fiador, em documento público ou particular, é fundamental para comprovar sua intenção de garantir a obrigação.

Responsabilidade do Fiador:

A responsabilidade do fiador, em regra, é subsidiária. Isso significa que o credor, primeiramente, deverá tentar cobrar a dívida do devedor principal. Somente após esgotados os meios legais para a cobrança do devedor é que o credor poderá se voltar contra o fiador.

No entanto, é importante notar que as partes podem pactuar de forma diferente. É possível que o fiador renuncie ao benefício de ordem (a prioridade na cobrança do devedor principal) e se torne solidariamente responsável com o devedor. Nesse caso, o credor poderá cobrar a dívida tanto do devedor quanto do fiador, de forma conjunta ou separada, a seu critério.

Consequências do Não Cumprimento:

Caso o devedor principal não cumpra com suas obrigações, o credor tem o direito de exigir o pagamento do fiador. O fiador, então, deverá cumprir com a dívida, mesmo que isso signifique utilizar seu próprio patrimônio para quitá-la.

O contrato de fiança, portanto, oferece uma segurança valiosa para quem concede crédito, minimizando o risco de perdas financeiras em caso de inadimplência do devedor. A clareza sobre a responsabilidade do fiador e a necessidade de formalização do contrato são aspectos cruciais para a sua correta aplicação.