CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 361
Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.

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Resumo Jurídico

Resumo Jurídico: O Artigo 361 do Código Civil - Um Passo Essencial para a Garantia de Obrigações

O artigo 361 do Código Civil brasileiro estabelece um princípio fundamental para a segurança jurídica nas relações obrigacionais: a solidariedade dos devedores em caso de ausência de divisão explícita. Em termos claros, este artigo determina que, quando um grupo de pessoas tem uma dívida conjunta e não há um acordo expresso ou determinação legal que divida essa responsabilidade, todos os envolvidos são considerados solidariamente responsáveis pelo total da obrigação.

O Que Significa Solidariedade?

A solidariedade, neste contexto, implica que o credor (aquele a quem a dívida é devida) tem o direito de exigir o cumprimento integral da obrigação de qualquer um dos devedores, independentemente de quanto cada um deveria pagar individualmente. Ou seja, o credor pode escolher:

  • Cobrar a totalidade da dívida de um único devedor.
  • Cobrar partes da dívida de diferentes devedores.
  • Cobrar a dívida de todos os devedores simultaneamente.

Essa liberdade de ação do credor visa garantir que ele receba o que lhe é devido com maior agilidade e segurança.

Exemplo Prático:

Imagine três amigos que pegam um empréstimo juntos para um projeto. Se o contrato de empréstimo não especificar que cada um é responsável por um terço da dívida, o banco que concedeu o empréstimo poderá, se o pagamento não for feito, exigir o valor total de qualquer um dos amigos. Se o amigo A pagar a dívida integralmente, ele terá o direito de posteriormente cobrar dos amigos B e C as suas respectivas partes, mas essa é uma questão entre os devedores e não afeta a relação com o credor.

Importância do Artigo 361:

Este artigo é crucial porque:

  • Protege o Credor: Garante que o credor não perca tempo ou recursos tentando cobrar devedores que não possuem condições financeiras, ao permitir que ele se dirija àquele com maior capacidade de pagamento.
  • Incentiva a Diligência: Ao saberem que são integralmente responsáveis, os devedores são incentivados a garantir que a obrigação seja cumprida, seja por eles mesmos ou pelos demais co-devedores.
  • Evita Litígios Complexos: Sem essa regra, o credor poderia ter que entrar com múltiplas ações judiciais contra cada devedor individualmente, tornando o processo mais oneroso e demorado.

Exceções e Considerações:

É importante notar que a solidariedade não se presume. Ela deve estar expressamente declarada na obrigação (por exemplo, em um contrato) ou ser imposta por lei. Se não houver essa declaração explícita, a regra geral é que a obrigação se divide entre os devedores.

Em suma, o artigo 361 do Código Civil estabelece a regra geral de que, na ausência de acordo em contrário, a responsabilidade por uma dívida conjunta é solidária. Isso significa que cada devedor pode ser chamado a responder pela totalidade da obrigação, conferindo maior segurança e praticidade para o credor.