CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 32
Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.

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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

O Artigo 32 do Código Civil: A Importância da Boa-Fé nas Negociações

O artigo 32 do Código Civil estabelece uma regra fundamental para a validade de negócios jurídicos: a necessidade de boa-fé nas declarações de vontade. Em termos simples, este artigo determina que um negócio jurídico só será válido se as declarações de vontade que o compõem forem verdadeiras e não tiverem o objetivo de enganar terceiros ou de prejudicar a lei.

O que significa "declarações de vontade" e "boa-fé"?

  • Declarações de Vontade: São as manifestações expressas ou tácitas que indicam a intenção de uma ou mais pessoas em realizar um determinado negócio jurídico. Por exemplo, em um contrato de compra e venda, a declaração de vontade do vendedor é querer vender o bem, e a do comprador é querer comprá-lo.

  • Boa-fé: No contexto jurídico, a boa-fé não se resume à ausência de má-fé (intenção de prejudicar). Ela abrange um comportamento ético, leal e honesto entre as partes envolvidas em uma relação jurídica. Significa agir com transparência, sem ocultar informações relevantes e sem tentar ludibriar a outra parte ou a própria lei.

As Implicações do Artigo 32:

Este artigo possui duas implicações principais:

  1. Veracidade das Declarações: As declarações feitas pelas partes devem corresponder à realidade e à verdadeira intenção delas. Se alguém declara algo que sabe ser falso para induzir a outra parte a erro, essa declaração pode ser considerada nula.
  2. Inocorrência de Dolo ou Fraude: O artigo visa coibir o uso de artifícios, enganos ou manipulações (dolo) que levem uma pessoa a praticar um ato jurídico que não praticaria se não fosse por essa conduta. Da mesma forma, busca evitar que o negócio seja realizado com o intuito de fraudar a lei ou prejudicar terceiros.

Exemplos Práticos:

  • Declaração Falsa: Uma pessoa anuncia um carro como "seminovo" quando, na verdade, ele sofreu um acidente grave e teve diversas peças substituídas. A declaração de ser "seminovo" não é verdadeira e pode anular a venda se o comprador provar que foi enganado.
  • Ocultação de Informação Essencial: Um vendedor de imóvel não informa ao comprador que o terreno possui uma servidão de passagem, obrigando o proprietário a permitir que terceiros transitem por ali. Essa ocultação pode levar à anulação do negócio por falta de boa-fé.
  • Simulação para Fraudar a Lei: Duas pessoas combinam uma venda de um bem, mas criam um contrato com um preço muito inferior ao real. O objetivo real pode ser fugir de impostos. Nesse caso, o negócio é simulado e pode ser considerado nulo.

Conclusão:

O artigo 32 do Código Civil é um pilar para a segurança jurídica. Ele garante que os negócios realizados no ordenamento jurídico brasileiro sejam pautados pela honestidade e pela lealdade, protegendo as partes de serem vítimas de enganos e preservando a integridade do sistema legal. Ao exigir que as declarações de vontade sejam verdadeiras e não visem prejudicar terceiros ou a lei, o legislador busca criar um ambiente de confiança nas relações negociais.