CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 1391
O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis.

 
 
 
Resumo Jurídico

Comunicação dos Atos e Declarações de Vontade: A Essência do Artigo 1391 do Código Civil

O artigo 1391 do Código Civil trata de um princípio fundamental nas relações jurídicas: a necessidade de que os atos e declarações de vontade sejam comunicados para que produzam efeitos. Em termos simples, a lei exige que aquilo que uma pessoa deseja ou decide seja chegado ao conhecimento da outra parte envolvida para que tenha validade e consequência jurídica.

Por que a comunicação é tão importante?

Imagine que você decide vender um carro para um amigo. Se você simplesmente assina o documento de transferência e o guarda na gaveta, sem avisar seu amigo que o carro agora é dele, essa venda não se concretizou juridicamente. O amigo não tem como saber que ele é o novo proprietário e, portanto, não pode exigir a entrega do veículo, nem você poderá cobrar o pagamento se ele não souber que tem uma dívida.

É nesse ponto que o artigo 1391 atua, garantindo a segurança jurídica e a boa-fé nas relações. Ele impede que uma parte seja surpreendida por uma decisão da outra que não lhe foi apresentada previamente.

Em que situações esse artigo se aplica?

A regra geral estabelecida pelo artigo 1391 é aplicável a diversas situações no cotidiano jurídico, como:

  • Contratos: Ao celebrar um contrato, as propostas, aceitações e quaisquer alterações precisam ser comunicadas entre as partes. Por exemplo, uma oferta de compra só é válida quando chega ao conhecimento do potencial comprador.
  • Notificações: Quando uma parte precisa cientificar a outra sobre algo específico, como um descumprimento contratual, a desistência de um acordo ou uma exigência, a comunicação é essencial.
  • Declarações unilaterais: Em atos onde apenas uma parte manifesta sua vontade, como uma promessa, essa promessa só se torna vinculante quando a pessoa a quem se destina tem ciência dela.

Como a comunicação acontece?

A lei não exige uma forma específica e rígida para que essa comunicação ocorra, desde que fique evidenciado que a informação chegou ao destinatário. As formas mais comuns incluem:

  • Entrega pessoal: Entregar o documento ou o aviso diretamente à pessoa.
  • Carta registrada: Enviar uma carta com aviso de recebimento, garantindo a prova de que a informação foi entregue.
  • E-mail: Em muitos casos, um e-mail com confirmação de leitura pode ser suficiente, dependendo do contexto e do acordo entre as partes.
  • Publicações: Em situações mais amplas, como editais públicos, a comunicação pode ocorrer por meio de publicações em jornais ou no diário oficial.
  • Comunicação verbal: Embora mais difícil de provar, em alguns casos a comunicação verbal, se houver testemunhas ou outras formas de comprovação, pode ser considerada válida.

O que acontece se a comunicação não ocorrer?

Se um ato ou declaração de vontade não for devidamente comunicado, ele não produzirá os efeitos jurídicos esperados. Isso significa que a intenção daquela pessoa pode não ser reconhecida pela lei, e os direitos e obrigações decorrentes desse ato não serão estabelecidos.

Em suma:

O artigo 1391 do Código Civil é um lembrete claro de que, no mundo jurídico, o silêncio pode não ser ouro. Para que uma decisão tenha força legal e gere consequências, ela precisa ser ouvida e compreendida pela outra parte. Essa regra busca assegurar que ninguém seja pego de surpresa por uma vontade alheia, promovendo um ambiente de confiança e previsibilidade nas relações.