Resumo Jurídico
Artigo 1103 do Código Civil: A Essência da Representação em Sociedades
O artigo 1103 do Código Civil estabelece um princípio fundamental para o funcionamento das sociedades: a forma como elas se manifestam e atuam perante terceiros. Em sua essência, este artigo trata da representação da sociedade, definindo quem tem o poder de falar em seu nome e praticar atos jurídicos que vinculem o ente social.
De forma clara e educativa, podemos desmembrar o artigo 1103 em seus pontos cruciais:
1. A Definição da Representação:
O artigo 1103 inicia declarando que a sociedade será representada ativa e passivamente pela pessoa que os atos constitutivos designarem.
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Representação Ativa: Refere-se à capacidade da sociedade de iniciar ações, celebrar contratos, realizar negócios e, em suma, agir no mundo jurídico. É a sociedade "colocando a mão na massa".
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Representação Passiva: Diz respeito à capacidade da sociedade de ser representada em juízo ou fora dele, ou seja, ser demandada, responder a processos, receber notificações e, de modo geral, ser alvo de atos jurídicos.
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Atos Constitutivos: Estes são os documentos que dão origem à sociedade, como o contrato social (em sociedades limitadas e em nome coletivo, por exemplo) ou o estatuto social (em sociedades anônimas e associações). É nesses documentos que se encontra a "receita" de quem detém o poder de representar a sociedade.
2. Quem é o Representante?
A principal regra é que o representante será aquele explicitamente nomeado nos atos constitutivos. Isso significa que, para saber quem pode falar pela empresa, é preciso consultar o contrato social ou o estatuto. Geralmente, essa função recai sobre:
- Sócios Administradores: Em muitas sociedades, os próprios sócios são designados para administrar e representar a sociedade.
- Administradores Eleitos: Em sociedades de maior porte, como as anônimas, pode haver um conselho de administração e diretores executivos que são eleitos para desempenhar essa função.
3. A Importância da Formalidade:
A designação do representante nos atos constitutivos confere segurança jurídica. Ela evita que qualquer pessoa se apresente em nome da sociedade sem ter a devida autoridade, protegendo tanto a própria sociedade quanto terceiros que negociam com ela.
4. Implicações dos Atos do Representante:
É crucial entender que os atos praticados pelo representante, dentro dos limites de seus poderes e em nome da sociedade, vinculam a sociedade. Ou seja, se o representante celebra um contrato válido em nome da empresa, a empresa é obrigada a cumprir as cláusulas desse contrato.
Em Resumo:
O artigo 1103 do Código Civil é o alicerce para a atuação externa das sociedades. Ele estabelece que a sociedade age por meio de seus representantes, cujos poderes e identificação devem estar claramente definidos em seus documentos de criação. Essa clareza é essencial para garantir a segurança jurídica nas relações empresariais, determinando quem tem a prerrogativa de realizar negócios e responder por eles em nome do ente social.