ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.
Artigo 232
Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.


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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Alienação de Bens de Criança ou Adolescente: O Que Diz a Lei?

Este artigo trata da venda, doação ou qualquer outra forma de alienação (transferência de propriedade) de bens que pertençam a crianças e adolescentes. O objetivo principal é proteger o patrimônio desses indivíduos, garantindo que seus bens sejam administrados de forma responsável e que qualquer movimentação seja feita em benefício deles.

Para que essa alienação seja válida, é preciso seguir regras específicas:

  • Autorização Judicial Obrigatória: A regra geral é que a alienação de bens de criança ou adolescente só pode acontecer com autorização da Justiça. Isso significa que o responsável legal (pais, tutores) precisa entrar com um pedido no juiz, explicando os motivos da venda ou doação.

  • Comprovação do Interesse da Criança ou Adolescente: Ao pedir autorização, o responsável deve provar que a alienação do bem é necessária ou vantajosa para a criança ou adolescente. Exemplos comuns incluem:

    • Para custear despesas médicas.
    • Para garantir a educação (matrícula em escola, cursos).
    • Para a manutenção básica da família, quando os bens da criança ou adolescente são a única fonte de recursos.
    • Para investir o dinheiro de forma mais segura e rentável.
  • Avaliação do Bem: A Justiça pode solicitar que o bem seja avaliado por um perito para garantir que o valor da venda ou doação seja justo e não prejudique o patrimônio do menor.

  • Destino do Valor Obtido: O dinheiro proveniente da venda ou o bem doado devem ser, preferencialmente, reinvestidos em benefício da criança ou adolescente. A forma como esse valor será utilizado também será fiscalizada pela Justiça.

  • Exceções (e suas restrições): Embora a autorização judicial seja a regra, a lei prevê algumas situações onde a dispensam pode ser considerada, mas sempre com cautela e com o intuito de proteger o menor. No entanto, a interpretação predominante e mais segura é que, para evitar fraudes e garantir a proteção, a autorização judicial é fundamental na maioria dos casos de alienação de bens de maior valor.

Em resumo: A lei busca impedir que bens de crianças e adolescentes sejam dilapidados ou utilizados em proveito de terceiros. Qualquer transação que envolva a transferência da propriedade de um bem pertencente a um menor de idade deve ser vista com muita atenção e, na grande maioria das vezes, necessita da chancela da Justiça para ser legalmente válida e proteger os interesses da criança ou adolescente.