ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.
Artigo 12
Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Direito à Convivência Familiar e Comunitária: Um Pilar Essencial para Crianças e Adolescentes

O artigo 12 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) consagra um dos direitos fundamentais de toda criança e adolescente: o direito à convivência familiar e comunitária. Este direito é a base para o desenvolvimento saudável e integral, garantindo que menores de idade cresçam em um ambiente seguro, afetuoso e estimulante.

O que significa esse direito?

Em sua essência, o artigo 12 determina que toda criança e adolescente tem o direito de ser criado e educado:

  • Na sua família: A família de origem é o primeiro e principal núcleo de afeto e segurança. O direito à convivência familiar pressupõe que a criança e o adolescente sejam criados por seus pais ou, na impossibilidade destes, por pessoas que os substituam legalmente, como avós, tios ou outros parentes.
  • Em sua comunidade: Quando a convivência familiar de origem não é possível ou se mostra prejudicial, o Estado tem o dever de garantir que a criança ou o adolescente seja acolhido em um ambiente que lhe proporcione o máximo de semelhança com a vida familiar. Isso pode ocorrer através de:
    • Família Substituta: Que compreende a guarda, tutela e adoção. O objetivo é sempre buscar uma alternativa que reproduza as dinâmicas e os afetos de uma família.
    • Acolhimento Institucional: Em abrigos e instituições, mas com a ressalva de que essa medida deve ser excepcional e temporária. O foco deve ser a reintegração familiar, seja a de origem ou a substituta.
    • Outras Comunidades: O artigo também abre a possibilidade de outras formas de convivência comunitária que promovam o desenvolvimento e o bem-estar, sempre com o objetivo de garantir um ambiente protetor e propício ao crescimento.

Por que esse direito é tão importante?

A convivência familiar e comunitária é crucial para o desenvolvimento psicológico, social e emocional de crianças e adolescentes. Um ambiente familiar seguro e acolhedor oferece:

  • Vínculos afetivos: Essenciais para a construção da identidade, autoestima e segurança emocional.
  • Suporte e proteção: Contra riscos e violências, tanto físicas quanto psicológicas.
  • Aprendizado de valores e regras: Fundamentais para a inserção social e o exercício da cidadania.
  • Estímulo ao desenvolvimento: Através da interação, do brincar e da oportunidade de aprender e explorar o mundo.

O dever do Estado e da Sociedade:

O artigo 12 não é apenas um direito da criança e do adolescente, mas também um dever imposto à família, à sociedade e ao Estado. Isso significa que todos têm responsabilidade em garantir que esse direito seja efetivamente cumprido.

  • O Estado: Deve criar políticas públicas, programas e serviços que fortaleçam as famílias, ofereçam suporte em momentos de dificuldade e garantam o acesso a alternativas seguras de acolhimento quando necessário.
  • A Sociedade: Deve estar atenta às necessidades de crianças e adolescentes, denunciar situações de negligência ou violência e apoiar as iniciativas que visam proteger e promover o seu desenvolvimento.
  • A Família: Deve zelar pelo bem-estar de seus filhos, oferecendo amor, cuidado e um ambiente propício ao seu crescimento.

Em suma, o artigo 12 do ECA reafirma a importância insubstituível da família e da comunidade na vida de crianças e adolescentes, estabelecendo um compromisso coletivo para que todos os menores de idade tenham a oportunidade de crescer em um ambiente que lhes permita florescer e se tornarem adultos plenos e felizes.