CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Lei Nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966.
Artigo 128
Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a êste em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

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Resumo Jurídico

Artigo 128 do Código Tributário Nacional: Responsabilidade Tributária por Substituição

O artigo 128 do Código Tributário Nacional (CTN) estabelece as bases para a responsabilidade tributária por substituição, um mecanismo que transfere a obrigação de recolher um tributo de uma pessoa para outra. Ele define quem pode ser o substituto tributário e em quais situações essa transferência de responsabilidade ocorre.

O Que é Substituição Tributária?

Em termos simples, a substituição tributária permite que o Estado, por meio da lei, designe uma pessoa (o substituto tributário) para recolher um tributo que seria devido por outra pessoa (o contribuinte original). Isso é feito para simplificar a fiscalização e a arrecadação, especialmente em cadeias de produção ou circulação de bens e serviços onde há diversos contribuintes sucessivos.

Quem Pode Ser Substituto Tributário?

O artigo 128 é claro ao determinar que o sujeito passivo da obrigação tributária principal (ou seja, quem tem o dever de pagar o tributo) pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, que a lei atribua essa responsabilidade. Isso significa que o legislador tem a prerrogativa de definir quem será o responsável por recolher o tributo em lugar do contribuinte originário.

Em Que Situações Ocorre?

A lei pode atribuir a responsabilidade tributária por substituição em diversas situações. As mais comuns incluem:

  • Substituição Tributária para Frente: Ocorre quando um agente econômico em uma etapa anterior da cadeia produtiva ou de circulação recolhe o tributo devido por outros agentes em etapas posteriores. Um exemplo clássico é o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda de cigarros ou bebidas, onde o fabricante recolhe o tributo devido por toda a cadeia de distribuição e varejo.
  • Substituição Tributária para Trás (ou Reversa): Ocorre quando um agente em uma etapa posterior da cadeia recolhe o tributo devido por um agente em etapa anterior. Isso é comum no ICMS quando o destinatário de uma mercadoria ou serviço é quem realiza o recolhimento do imposto devido pelo remetente ou prestador, geralmente em situações de importação ou quando o contribuinte original não possui inscrição estadual.
  • Responsabilidade por Dívidas de Terceiros: A lei também pode atribuir a um terceiro a responsabilidade pelo pagamento de tributos devidos por outra pessoa, em virtude de sua atividade ou relação com o devedor original. Exemplos incluem a responsabilidade dos pais pelos tributos dos filhos menores, ou de tutores e curadores pelos tributos dos seus pupilos.

Objetivos da Substituição Tributária

A adoção da substituição tributária visa atingir diversos objetivos legais e econômicos, tais como:

  • Simplificação da Arrecadação: Concentra o recolhimento do tributo em um único ponto, reduzindo a quantidade de contribuintes a serem fiscalizados.
  • Combate à Sonegação Fiscal: Dificulta a evasão fiscal, pois o tributo é recolhido antes mesmo de chegar às mãos de todos os contribuintes sucessivos.
  • Melhoria da Gestão Tributária: Permite um controle mais eficiente por parte do Fisco.
  • Segurança Jurídica: Ao estabelecer claramente quem deve recolher o tributo, a lei busca proporcionar maior previsibilidade nas relações tributárias.

Conclusão

Em suma, o artigo 128 do CTN é a base legal para a importante figura da substituição tributária, permitindo que a lei determine que uma pessoa (o substituto) pague um tributo devido por outra (o contribuinte original). Essa ferramenta é utilizada para otimizar o sistema tributário, tornando-o mais eficiente e seguro, tanto para o Estado quanto para os contribuintes. É fundamental que a lei defina expressamente quem assume essa responsabilidade, para que não haja dúvidas sobre o sujeito passivo da obrigação tributária.