CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 86
Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar:
I - os seus ministros, nos crimes comuns;

II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República;

III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.


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ARTIGOS
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Resumo Jurídico

Homicídio Culposo: Uma Análise do Artigo 86 do Código de Processo Penal

O Artigo 86 do Código de Processo Penal trata de um aspecto crucial na apuração de crimes, especialmente aqueles que envolvem a morte de uma pessoa sem a intenção direta de causá-la, o chamado homicídio culposo. Compreender este artigo é fundamental para entender como a lei se debruça sobre a responsabilidade penal em situações onde a imprudência, negligência ou imperícia levam a um resultado trágico.

A Natureza do Homicídio Culposo

Em termos jurídicos, o homicídio culposo ocorre quando alguém, por ação ou omissão, causa a morte de outra pessoa sem o desejo de matá-la. A responsabilidade penal, nesse caso, não reside na vontade de produzir o resultado letal, mas sim na violação de um dever de cuidado. É a falta de atenção, a ação descuidada ou a omissão diante de um perigo previsível que culmina na morte.

O Que o Artigo 86 Busca Regulamentar?

O Artigo 86, em sua essência, visa determinar a competência para julgar determinados casos, estabelecendo regras claras sobre qual juízo será responsável por analisar e decidir sobre as ações penais. Essa definição de competência é um princípio basilar do direito processual, pois garante que o processo seja conduzido pelo órgão judicial mais adequado, considerando as peculiaridades do caso.

Pontos Chave para a Compreensão:

  • Divisão de Competências: O artigo estabelece critérios para definir se o caso será julgado pela Justiça comum ou por órgãos especializados. Essa divisão é feita levando em conta a natureza da vítima, a existência de privilégios (como no caso de autoridades com foro privilegiado) ou a conexão com outros crimes.
  • Aplicações Práticas: Em situações de homicídio culposo, especialmente aquelas decorrentes de acidentes de trânsito, a definição de competência é vital. Por exemplo, o artigo pode indicar se a matéria é de competência da Justiça estadual ou se, em casos específicos envolvendo determinadas autoridades, um tribunal superior terá a responsabilidade de julgamento.
  • Segurança Jurídica: Ao delimitar as competências, o artigo contribui para a segurança jurídica, evitando conflitos entre órgãos judiciais e garantindo que cada caso seja analisado por quem tem a prerrogativa legal para tal.
  • Rito Processual Adequado: A competência definida influencia diretamente o rito processual a ser seguido, garantindo que os trâmites legais sejam observados de forma correta e justa para todas as partes envolvidas.

Em suma, o Artigo 86 do Código de Processo Penal é uma norma de organização judiciária que, ao definir a competência para julgar crimes, impacta diretamente a forma como casos de homicídio culposo são tratados. Sua aplicação garante que a justiça seja conduzida de maneira eficiente, segura e em conformidade com os princípios do ordenamento jurídico.