CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 744
O requerimento será instruído com:
I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se refere o artigo anterior;

II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;

III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado;

IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;

V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.


743
ARTIGOS
745
 
 
 
Resumo Jurídico

Arresto de Bens: Garantindo a Efetividade da Justiça

O artigo 744 do Código de Processo Penal brasileiro introduz um mecanismo fundamental para assegurar a aplicação da justiça: o arresto de bens. Em termos simples, o arresto é uma medida judicial que visa apreender bens do devedor para garantir o pagamento de uma dívida, especialmente em casos de condenações criminais que envolvam obrigações financeiras, como o pagamento de multas, indenizações civis ou a reparação de danos à vítima.

O Que é o Arresto?

Quando uma pessoa é condenada em um processo criminal e, como consequência, é obrigada a pagar determinado valor (seja a título de multa para o Estado, reparação para a vítima, ou para cobrir custas processuais), mas não o faz voluntariamente, o Estado pode intervir para garantir que essa obrigação seja cumprida. O arresto de bens é justamente essa intervenção.

Funciona assim: o juiz, ao identificar que o condenado não cumpriu suas obrigações financeiras, pode determinar o arresto de bens que pertençam a ele. Esses bens podem ser de diversos tipos: imóveis, veículos, saldos em contas bancárias, valores mobiliários, entre outros. O objetivo principal é "travar" esses bens, impedindo que o devedor os dissipe, venda ou transfira para terceiros, tornando-se insolvente e impossibilitando o pagamento devido.

Por Que o Arresto é Importante?

A importância do arresto reside na sua capacidade de garantir a efetividade da justiça. Sem ele, as decisões judiciais que impõem obrigações financeiras poderiam se tornar letra morta. Imagine uma vítima que sofreu um dano considerável e tem direito a uma indenização. Se o condenado puder simplesmente se desfazer de todos os seus bens, a vítima ficaria sem receber o que lhe é devido, frustrando o propósito da decisão judicial.

O arresto atua como um instrumento de coerção e garantia. Ele força o devedor a cumprir suas obrigações, pois a apreensão de seus bens pode gerar transtornos significativos e até mesmo a perda definitiva desses bens para saldar a dívida.

Como Funciona o Procedimento?

Geralmente, o arresto é ordenado pelo juiz após a verificação da inadimplência do condenado. A lei prevê que, em determinados casos, o arresto pode ocorrer mesmo antes da condenação definitiva, como uma medida cautelar para prevenir a dissipação de bens. No entanto, o foco do artigo em questão se direciona mais à fase pós-condenação, onde a obrigação financeira já está estabelecida.

Uma vez arrestados, os bens podem ser levados a leilão judicial para que o valor arrecadado seja utilizado para satisfazer a dívida. O procedimento busca ser o mais justo possível, respeitando os direitos do executado e garantindo que apenas os bens necessários para cobrir o valor devido sejam afetados.

Em Resumo:

O artigo 744 do Código de Processo Penal faculta ao Estado, através do juiz, a possibilidade de arrestar bens de um condenado que não cumpra suas obrigações financeiras. Essa medida é crucial para garantir que as decisões judiciais que impõem pagamentos tenham efeito prático, protegendo os direitos das vítimas, do Estado e assegurando a justiça. O arresto, portanto, é um pilar fundamental para a efetividade do sistema de justiça criminal.