CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 548
Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em execução continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência inequívoca.

547
ARTIGOS
549
 
 
 
Resumo Jurídico

Desvendando o Artigo 548 do Código de Processo Penal: A Importância do Mandado de Condução Coercitiva

O Artigo 548 do Código de Processo Penal (CPP) trata de uma ferramenta jurídica poderosa e específica: o mandado de condução coercitiva. Compreender seu funcionamento é fundamental para a boa aplicação da justiça e para a garantia dos direitos de todos os envolvidos em um processo.

Em termos simples, a condução coercitiva é uma ordem judicial que obriga uma pessoa a comparecer a um determinado local, geralmente uma delegacia de polícia ou um tribunal, para prestar esclarecimentos ou para a prática de algum ato processual. O artigo em questão detalha as situações em que essa medida pode ser aplicada.

Quando a Condução Coercitiva Pode Ser Decretada?

De acordo com o Art. 548, a condução coercitiva pode ser determinada pelo juiz nas seguintes circunstâncias:

  • Pessoa que, legalmente intimada para comparecer, não o fizer sem justo motivo: Este é o cenário mais comum. Se uma pessoa é oficialmente convocada a comparecer em juízo ou em outro órgão de investigação e ignora essa convocação sem apresentar uma justificativa válida (como um atestado médico, por exemplo), o juiz pode expedir o mandado. O objetivo é garantir que todos os envolvidos colaborem com a justiça.

  • Pessoa cujo depoimento ou declaração se faz necessária: Em alguns casos, a presença de uma determinada pessoa é crucial para o andamento do processo. Se essa pessoa se recusa a comparecer voluntariamente, mesmo sem ter sido formalmente intimada, o juiz pode determinar a condução coercitiva para assegurar a obtenção de informações relevantes.

O Que Significa "Mandado de Condução Coercitiva"?

O mandado é um documento oficial emitido pelo juiz. Ele contém informações essenciais como:

  • O nome da pessoa a ser conduzida.
  • O motivo da condução (qual ato processual ela deverá praticar).
  • O local para onde a pessoa deverá ser levada.
  • A autoridade responsável pela execução do mandado (geralmente um oficial de justiça ou um policial).

É importante ressaltar que a condução coercitiva não é uma prisão. Ela tem caráter temporário e visa apenas trazer a pessoa para o local determinado para que o ato processual seja realizado. Uma vez cumprida a diligência, a pessoa é liberada.

Importância e Limites da Condução Coercitiva

A condução coercitiva, quando bem utilizada, é um instrumento valioso para:

  • Garantir o andamento da justiça: Evita que testemunhas ou investigados se furtam à obrigação de colaborar com a elucidação de fatos.
  • Assegurar a coleta de provas: Permite que o juiz e as partes obtenham informações cruciais para a tomada de decisão.

No entanto, é uma medida que deve ser aplicada com prudência e dentro dos limites legais. A condução coercitiva não pode ser utilizada de forma indiscriminada ou como punição antecipada. A necessidade da medida deve ser sempre justificada e proporcional à situação. A falta de um "justo motivo" para a ausência é um requisito essencial para sua decretação, garantindo que a liberdade individual seja respeitada quando há uma justificativa plausível.

Em suma, o Artigo 548 do CPP estabelece as bases para a aplicação da condução coercitiva, um recurso legal destinado a assegurar a participação de indivíduos em atos processuais quando necessário, sempre com o objetivo de garantir o bom andamento da justiça.