CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 884
Incumbe ao leiloeiro público:
I - publicar o edital, anunciando a alienação;

II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz;

III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;

IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;

V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.

Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.


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Resumo Jurídico

Artigo 884 do Código de Processo Civil: Garantias e Impugnações na Execução

O artigo 884 do Código de Processo Civil (CPC) trata de um dos pilares fundamentais do processo de execução: a exigência de garantia para a oposição de embargos à execução. Em termos simples, este artigo estabelece que, para que um devedor possa apresentar sua defesa (os embargos) contra uma cobrança judicial (execução), ele precisa, em regra, oferecer uma forma de garantir o pagamento da dívida caso sua defesa seja rejeitada.

O Que Significa "Garantir o Juízo"?

"Garantir o juízo" significa apresentar um bem ou valor que sirva como segurança para o credor. Se o devedor perder a causa nos embargos, essa garantia será utilizada para satisfazer o crédito do credor. As formas mais comuns de garantia incluem:

  • Dinheiro: Depositado em conta judicial.
  • Fiança bancária: Um banco se responsabiliza pelo pagamento.
  • Seguro garantia: Uma seguradora se responsabiliza pelo pagamento.
  • Penhora: Bens do devedor são apreendidos e reservados para o pagamento da dívida.
  • Aval em dinheiro: Outra pessoa se responsabiliza pela dívida.

Por Que a Garantia é Necessária?

A exigência de garantia visa proteger o credor e a efetividade do processo de execução. Sem essa garantia, o devedor poderia simplesmente opor embargos protelatórios, sem ter a intenção real de pagar a dívida, e o credor ficaria impossibilitado de receber o que lhe é devido até o fim de um longo processo de defesa. A garantia assegura que, ao final, o credor tenha uma forma de receber seu crédito.

Exceções à Regra: Quando a Garantia Não é Exigida

O próprio artigo 884 prevê situações em que a exigência de garantia pode ser dispensada ou mitigada. Essas exceções visam garantir o acesso à justiça e evitar que o devedor seja impedido de se defender por falta de recursos para oferecer a garantia:

  • Impossibilidade de realizar a garantia: Se o devedor comprovar que não tem condições financeiras ou patrimoniais para oferecer a garantia, o juiz poderá dispensá-la. Essa dispensa deve ser fundamentada e demonstrar a real dificuldade do executado.
  • Relevância do fundamento dos embargos: Em casos excepcionais, quando os argumentos apresentados pelo devedor nos embargos forem muito fortes e houver alta probabilidade de que ele tenha razão, o juiz poderá autorizar o processamento dos embargos sem a prévia garantia. Essa situação é menos comum e exige uma análise criteriosa do magistrado.
  • Reconhecimento do pedido: Se o devedor concordar com parte da dívida ou com o valor cobrado, e oferecer o pagamento imediato dessa parte, ele pode ter a necessidade de garantir apenas o valor controverso.

Importância da Impugnação ao Valor da Execução

O artigo 884 também permite que o devedor, ao opor os embargos, apresente impugnação específica ao valor cobrado. Isso significa que ele pode argumentar que o montante exigido pelo credor está incorreto, seja por cálculos errados, cobrança indevida de juros ou outros motivos.

Nesses casos, a garantia poderá ser exigida apenas sobre o valor incontroverso da dívida (a parte que o devedor reconhece como devida), caso a impugnação ao valor seja acolhida pelo juiz.

Conclusão

Em suma, o artigo 884 do CPC estabelece a garantia do juízo como requisito para a oposição dos embargos à execução, protegendo o credor e a eficácia do processo. Contudo, o mesmo artigo prevê importantes exceções, visando assegurar o direito de defesa e o acesso à justiça para o devedor, especialmente quando este comprova a impossibilidade de oferecer a garantia ou quando a sua defesa apresenta fortes fundamentos. A impugnação ao valor da execução também é uma ferramenta importante prevista neste artigo, permitindo que o devedor discuta a exatidão da quantia cobrada.