CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 242
A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.

§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.


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Resumo Jurídico

Desvendando o Artigo 242 do Código de Processo Civil: A Necessidade de Citação para Validar a Lide

O Artigo 242 do Código de Processo Civil (CPC) é um pilar fundamental para a garantia do direito de defesa e do devido processo legal no ordenamento jurídico brasileiro. Ele estabelece uma regra de ouro para o desenvolvimento da relação processual: a citação é essencial para a validade do processo.

Em termos claros, o artigo determina que nenhum processo terá andamento sem que o réu seja devidamente citado. Essa citação não é apenas um ato formal, mas sim um rito que confere ao indivíduo a ciência oficial de que uma ação judicial foi proposta contra ele. É o momento em que ele é formalmente chamado para participar do processo, conhecer os termos da acusação ou pedido, e, crucialmente, ter a oportunidade de se defender.

Por que a citação é tão importante?

A obrigatoriedade da citação visa garantir princípios básicos do direito, como:

  • O Contraditório: A citação assegura que a parte demandada tenha conhecimento da existência da ação, permitindo que ela apresente sua versão dos fatos, produza provas e formule seus argumentos em juízo. Sem a citação, a parte seria julgada sem ter tido a chance de se defender, violando o direito ao contraditório.
  • A Ampla Defesa: O contraditório, por sua vez, engloba a ampla defesa. A citação é o gatilho para que a parte possa exercer essa defesa de forma completa e efetiva, utilizando todos os meios e recursos que a lei lhe faculta.
  • A Segurança Jurídica: A citação confere certeza e estabilidade às relações jurídicas. Ela garante que as decisões judiciais sejam tomadas após a devida participação de todas as partes interessadas, evitando surpresas e litígios futuros decorrentes da falta de conhecimento.

O que acontece se a citação não ocorrer?

Quando a citação não é realizada nos moldes previstos em lei, o processo se torna nulo. Essa nulidade, conforme o próprio artigo, pode ser declarada pelo juiz de ofício (por iniciativa própria) ou a pedido da parte. Isso significa que, mesmo que o processo avance e uma decisão seja proferida, essa decisão poderá ser anulada caso se prove a ausência da citação ou sua realização de forma defeituosa.

Exceções à Regra Geral:

É importante notar que o artigo 242 prevê exceções à regra geral da citação. A principal delas é quando a lei expressamente autoriza o andamento do processo sem a citação, como nos casos de:

  • Tutelas de Urgência Antecipada: Em situações em que há risco iminente de dano, o juiz pode conceder uma decisão liminar antes mesmo da citação do réu. No entanto, mesmo nesses casos, a citação posterior do réu é necessária para a continuidade do processo.
  • Outras hipóteses previstas em lei: O ordenamento jurídico pode prever situações específicas em que a citação não seja imediatamente necessária, mas sempre com o objetivo de garantir a efetividade da justiça e, em última instância, o direito de defesa.

Em suma, o Artigo 242 do CPC reforça a ideia de que um processo justo e legítimo exige que as partes tenham a oportunidade de serem ouvidas. A citação é, portanto, mais do que uma formalidade: é a porta de entrada para o exercício da cidadania no âmbito judicial e a garantia de que ninguém será condenado ou terá seus direitos afetados sem ter tido a chance de se defender.