CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
Artigo 193
Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.
Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro.


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Resumo Jurídico

Artigo 193 do Código de Processo Civil: Da Conexão e da Reunião de Processos

O artigo 193 do Código de Processo Civil (CPC) trata da conexão de processos e estabelece as condições sob as quais processos distintos devem ser reunidos (ou reunidos) para julgamento conjunto. O objetivo principal é garantir a economia processual e evitar a prolação de decisões conflitantes.

O que é Conexão?

A conexão ocorre quando há uma relação de afinidade entre as causas que justifica seu julgamento em um único processo. Essa afinidade pode se manifestar de duas formas principais:

  1. Identidade de Objeto: Quando dois ou mais processos têm o mesmo pedido principal. Por exemplo, duas ações de cobrança de dívidas idênticas entre as mesmas partes.
  2. Identidade de Causa de Pedir: Quando os fatos que fundamentam os pedidos em dois ou mais processos são os mesmos ou muito semelhantes. Um exemplo clássico é quando um mesmo contrato dá origem a duas disputas: uma de cobrança e outra de anulação.

Quando os Processos são Conexos?

O CPC estabelece que os processos são conexos quando:

  • For comum o pedido ou a causa de pedir: Como explicado acima, é a situação em que o que se busca em cada ação é o mesmo, ou os motivos que levam à ação são idênticos.

Efeitos da Conexão: A Reunião de Processos

Quando a conexão é reconhecida, a consequência legal é a reunião dos processos. Isso significa que todos os processos conexos serão levados a tramitar em um único juízo e serão julgados conjuntamente.

Os motivos para essa reunião são claros:

  • Evitar decisões contraditórias: Imagine duas ações com os mesmos fatos, mas julgadas por juízes diferentes. Um juiz poderia entender que um contrato é válido, enquanto outro declararia sua invalidade. A reunião de processos impede esse tipo de conflito.
  • Agilizar a prestação jurisdicional: Julgar casos semelhantes em um só processo geralmente é mais rápido e eficiente do que analisar cada um separadamente.
  • Economia processual: A reunião evita a repetição de atos processuais desnecessários, como a produção de provas que seriam comuns a todos os casos.

Onde os Processos Reunidos Tramitarão?

A lei prevê que os processos reunidos devem tramitar no juízo que primeiro conhecer da causa. Isso significa que o juiz que recebeu a primeira ação entre as que foram consideradas conexas terá a competência para julgar todas elas.

Em Resumo:

O artigo 193 do CPC é um instrumento fundamental para a organização do Poder Judiciário. Ele permite que ações que guardam uma ligação intrínseca sejam julgadas em conjunto, promovendo a eficiência, a segurança jurídica e a economia processual, ao mesmo tempo em que previne a prolação de decisões divergentes sobre os mesmos fatos ou pedidos.