Resumo Jurídico
Artigo 91 da Constituição Federal: A Imunidade Parlamentar e a Justiça
O Artigo 91 da Constituição Federal do Brasil estabelece um importante princípio que protege a atuação dos parlamentares, garantindo que eles possam exercer suas funções legislativas e fiscalizadoras com liberdade, sem o receio de perseguições ou indevidas interferências. Este artigo trata da inviolabilidade parlamentar e de como a justiça deve proceder em relação a crimes cometidos por senadores e deputados.
O que diz o Artigo 91?
Em essência, o Artigo 91 possui dois incisos principais que delineiam a proteção aos parlamentares:
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Inviolabilidade Civil e Penal: Os Senadores e Deputados são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Isso significa que, no exercício de suas funções, um parlamentar não pode ser processado ou detido por algo que diga ou vote, a menos que se trate de atos específicos previstos na Constituição. Essa inviolabilidade é fundamental para assegurar a livre expressão do pensamento e a independência do parlamento em relação aos outros poderes.
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Foro Privilegiado para Crimes Comuns: Em caso de crime comum, o Senador ou Deputado só poderá ser processado perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso não é um escudo contra a justiça, mas sim uma forma de garantir que a análise de crimes cometidos por figuras de tamanha relevância nacional seja realizada pelo mais alto tribunal do país, com a devida imparcialidade e competência.
Qual o objetivo da Inviolabilidade Parlamentar?
A inviolabilidade, conforme o Artigo 91, não é um privilégio pessoal, mas sim uma garantia institucional. O seu principal objetivo é proteger a função parlamentar, permitindo que os representantes do povo possam:
- Debater livremente: Sem medo de represálias, os parlamentares podem expressar suas opiniões sobre os mais diversos temas, mesmo que impopulares, para que a melhor solução para o país seja encontrada.
- Fiscalizar o governo: A capacidade de questionar e criticar o Poder Executivo é essencial para a democracia. A inviolabilidade assegura que essa fiscalização seja feita sem pressões.
- Representar seus eleitores: Cada parlamentar é a voz de seus representados. A liberdade de expressão garante que ele possa defender os interesses da população que o elegeu.
É absoluto o direito à inviolabilidade?
Não. A própria Constituição estabelece limites para essa proteção. A inviolabilidade não abrange opiniões, palavras ou votos que constituam crimes comuns ou de responsabilidade que não estejam diretamente ligados ao exercício da função parlamentar.
No caso de crimes comuns, o processamento se dará perante o STF, conforme mencionado. Já em relação a crimes de responsabilidade, o rito é distinto e envolve o processo de impeachment.
Em resumo:
O Artigo 91 da Constituição Federal do Brasil garante que os parlamentares sejam protegidos por suas opiniões, palavras e votos no exercício de suas funções, assegurando a liberdade de expressão e a independência do Poder Legislativo. Além disso, estabelece que crimes comuns cometidos por senadores e deputados serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal, garantindo uma análise qualificada e imparcial desses casos. Essa proteção é um pilar da democracia brasileira, visando assegurar que os representantes do povo possam atuar em benefício da sociedade sem intimidação ou interferência indevida.