CÓDIGO CIVIL
Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.
Artigo 269
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.

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Resumo Jurídico

O Que Acontece Quando Uma Dívida Não É Cobrada? O Artigo 269 do Código Civil

Imagine que você tem um direito de receber algo de alguém, como um valor em dinheiro, um bem ou a realização de um serviço. No entanto, por um determinado tempo, você não toma nenhuma atitude para exigir esse seu direito. O que acontece nesses casos? É aí que entra o Artigo 269 do Código Civil, que trata de um fenômeno muito importante no mundo jurídico: a prescrição.

Prescrição: O Tempo Que "Apaga" a Cobrança Judicial

De forma simples, a prescrição é a perda do direito de ação para exigir judicialmente um direito. Isso não significa que o direito em si desapareceu completamente (em muitos casos, ele ainda pode ser cobrado de forma extrajudicial), mas sim que a possibilidade de entrar com um processo na justiça para forçar o cumprimento dessa obrigação se extinguiu.

O Artigo 269 explica os casos em que isso acontece:

  • I - quando o titular do direito o tenha renunciado expressamente: Se a pessoa que tem o direito de cobrar algo decide, de forma clara e voluntária, abrir mão desse direito, ela não poderá mais buscá-lo na justiça. Essa renúncia deve ser inequívoca.
  • II - quando prescrever a pretensão a que se referia: Este é o ponto central. A "pretensão" é a possibilidade de exigir judicialmente o cumprimento de um direito. Quando o tempo previsto em lei para exercer essa pretensão se esgota, ela prescreve. O artigo cita explicitamente que a prescrição se consuma em cinco anos.
  • III - quando o devedor já tiver cumprido a sua obrigação: Se a pessoa que devia algo já pagou, entregou o que devia ou realizou o serviço, obviamente não há mais o que cobrar judicialmente.
  • IV - quando for impossível o seu cumprimento: Se por algum motivo a obrigação se tornou impossível de ser cumprida (por exemplo, se o objeto de uma entrega foi destruído sem culpa do devedor e não há substituto), a pretensão de exigi-la também não poderá ser exercida judicialmente.

O Prazo de Cinco Anos: Uma Regra Geral

O inciso II do artigo 269 destaca que a prescrição se consuma em cinco anos. É importante entender que este é um prazo geral. O Código Civil e outras leis estabelecem prazos diferentes para situações específicas. Por exemplo, a pretensão de cobrar aluguéis prescreve em três anos, enquanto a pretensão de cobrar dívidas de condomínio tem um prazo diferente.

Portanto, o prazo de cinco anos mencionado no artigo é o prazo padrão quando não houver uma lei específica determinando um período diferente.

Por Que a Prescrição Existe?

A prescrição não é um castigo para quem tem um direito, mas sim um mecanismo para trazer segurança jurídica e paz social. Ela evita que situações antigas e já resolvidas (ou que deveriam ter sido resolvidas) fiquem indefinidamente abertas para cobrança judicial, o que poderia gerar instabilidade e incerteza.

Em resumo, o Artigo 269 do Código Civil estabelece que, em certas situações, o direito de exigir judicialmente algo se extingue, principalmente pelo decurso do tempo (prescrição em cinco anos, quando não houver prazo específico), pela renúncia expressa do titular, pelo cumprimento da obrigação ou pela impossibilidade de seu cumprimento.

É sempre recomendável consultar um advogado para entender a aplicação específica deste artigo à sua situação, pois os detalhes e os prazos podem variar bastante dependendo do tipo de dívida ou direito em questão.