CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 779
O confisco dos instrumentos e produtos do crime, no caso previsto no art. 100 do Código Penal, será decretado no despacho de arquivamento do inquérito, na sentença de impronúncia ou na sentença absolutória.

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Resumo Jurídico

O Embargo Infringente: Uma Análise do Artigo 779 do Código de Processo Penal

O artigo 779 do Código de Processo Penal (CPP) estabelece uma via recursal específica, o embargo infringente, que permite a rediscussão de uma decisão proferida por tribunal, desde que esta seja contrária à maioria dos membros do órgão julgador. Em termos simples, é um recurso para desafiar um acórdão onde a divergência prevaleceu, mas a decisão final não refletiu a opinião da maioria.

Para que serve o Embargo Infringente?

A principal finalidade deste recurso é garantir a justiça da decisão final. Quando em um julgamento colegiado (realizado por um grupo de juízes ou desembargadores), há divergências internas significativas, e a decisão final acaba sendo tomada por uma maioria que não convenceu a todos, o embargo infringente surge como uma ferramenta para que a matéria seja reexaminada. A ideia é evitar que uma decisão que não obteve um consenso mais amplo se torne definitiva sem uma nova análise.

Quem pode interpor este recurso?

O embargo infringente é um recurso restrito às partes. Ou seja, apenas o Ministério Público (em suas diversas funções, como fiscal da lei ou titular da ação penal) e o acusado (réu) podem utilizá-lo. As demais partes, como a vítima ou o assistente de acusação, não possuem legitimidade para interpor este tipo de recurso.

Em quais casos é cabível?

O artigo 779 do CPP é específico quanto à sua aplicação. Ele é cabível somente quando o acórdão for proferido por maioria, ou seja, quando houver votos vencidos e a decisão final não for unânime. Além disso, é necessário que a decisão seja contrária à manifestação da maioria, o que significa que a decisão tomada não foi aquela que a maioria dos julgadores sustentou em seus votos.

É importante ressaltar que o embargo infringente não se aplica em todos os casos de decisão por maioria. O dispositivo legal foca em situações onde a divergência é mais acentuada e pode ter comprometido a justeza da decisão.

O que acontece após a interposição?

Ao ser interposto o embargo infringente, o tribunal irá, primeiramente, analisar sua admissibilidade. Se considerado cabível, o recurso será recebido, e a parte contrária será intimada para apresentar suas contrarrazões.

Em seguida, o recurso será julgado por uma câmara ou turma diferente daquela que proferiu a decisão embargada. Essa nova análise visa trazer um novo olhar sobre a matéria, buscando corrigir eventuais equívocos ou injustiças decorrentes da decisão original.

Prazos e Forma de Interposição

Assim como outros recursos, o embargo infringente possui prazos específicos para sua interposição, que devem ser rigorosamente observados. A sua interposição também segue formalidades próprias, geralmente requerendo a apresentação das razões de fato e de direito que fundamentam o pedido de reforma da decisão.

Considerações Finais

O embargo infringente é um instrumento processual importante que visa aprimorar a qualidade das decisões judiciais em matéria criminal. Ao permitir a reanálise de acórdãos proferidos por maioria, com divergências internas, busca-se garantir que a justiça prevaleça, mesmo em situações de maior complexidade decisória. No entanto, sua aplicação é restrita e demanda um conhecimento técnico apurado para sua correta utilização.