CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de Outubro DE 1941.
Artigo 542
No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em termo circunstanciado os pontos em que estiverem acordes e a exibição e a conferência das certidões e mais reproduções do processo apresentadas e conferidas.

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Resumo Jurídico

Art. 542 do Código de Processo Penal: A Importância da Dilação de Prazo

O artigo 542 do Código de Processo Penal (CPP) trata da possibilidade de dilação de prazo, ou seja, o aumento do tempo para a realização de um ato processual, em situações específicas. Sua função principal é garantir o direito à ampla defesa e ao devido processo legal, assegurando que as partes tenham tempo suficiente para produzir provas, apresentar argumentos e exercer plenamente suas prerrogativas.

O que diz o artigo?

Em linhas gerais, o artigo 542 autoriza o juiz, em casos de necessidade, a prorrogar os prazos processuais. No entanto, essa prorrogação não é automática e nem ilimitada. Ela deve ser fundamentada e solicitada pelas partes ou determinada pelo próprio juiz, desde que observados os requisitos legais.

Em que situações a dilação de prazo pode ser concedida?

Existem diversas situações em que a dilação de prazo pode ser justificada, tais como:

  • Complexidade do caso: Processos com grande volume de documentos, muitos réus, necessidade de perícias complexas ou diversas testemunhas podem demandar mais tempo para que as partes possam analisar e preparar suas defesas ou acusações de forma adequada.
  • Dificuldade na obtenção de provas: Às vezes, a produção de uma prova necessária para a instrução do processo pode enfrentar obstáculos logísticos ou burocráticos, exigindo um prazo maior para sua efetiva realização. Exemplos incluem a solicitação de documentos a órgãos públicos distantes, a realização de exames periciais em locais de difícil acesso, ou a necessidade de expedir precatórias para ouvir testemunhas em outras comarcas.
  • Doença ou impedimento grave: Se uma das partes ou seus advogados estiverem acometidos por doença grave ou sofrerem algum impedimento que os impossibilite de cumprir o prazo original, a dilação pode ser concedida como medida de justiça.
  • Necessidade de atuação de múltiplos advogados: Em casos que envolvem múltiplos réus com defesas distintas, a coordenação e a atuação de diversos advogados podem requerer um tempo adicional para a organização e apresentação das peças processuais.
  • Atos processuais que envolvam a expedição de cartas precatórias, rogatórias ou de ordem: A comunicação entre diferentes juízos, sejam eles nacionais ou internacionais, geralmente demanda um tempo considerável para que as informações sejam transmitidas e as diligências solicitadas sejam cumpridas.

Importante notar:

  • A dilação de prazo não pode ser utilizada como estratégia para protelar o andamento do processo. O juiz deve analisar a real necessidade e a justificativa apresentada.
  • A decisão de prorrogar ou não um prazo é discricionária do juiz, mas deve ser sempre fundamentada em critérios razoáveis e objetivos, garantindo a imparcialidade do processo.
  • A não observância de prazos sem a devida justificativa e dilação pode acarretar preclusão, ou seja, a perda do direito de praticar o ato processual.

Em suma, o artigo 542 do CPP é um instrumento importante para a busca da justiça e da igualdade processual, permitindo que as partes tenham condições reais de defender seus direitos e interesses, mesmo diante de circunstâncias que demandem um tempo maior para a sua plena manifestação.